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Mais de 12 milhões de brasileiros, residentes em 75 cidades, enfrentam uma seca de mais de 100 dias, afetando capitais como Palmas, Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Em algumas cidades de Minas Gerais e São Paulo, o período sem chuva já ultrapassa 150 dias.
A estiagem severa coloca mais de mil municípios em alerta devido aos baixos níveis de umidade, com algumas regiões comparadas ao deserto do Saara. As áreas mais afetadas incluem Brasília, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O país vive a pior seca desde 1950, com focos de incêndio registrados em 24 Estados e no Distrito Federal. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mais de nove mil focos foram detectados nas últimas 30 horas, sendo 500 em Minas Gerais e 12 em São Paulo. Em Brasília, um incêndio que já dura mais de 40 horas devastou 40% da Floresta Nacional e atingiu duas das cinco nascentes que abastecem parte da capital.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a possibilidade de ação criminosa nos incêndios, conforme informou Fábio Miranda, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No Acre, em Rio Branco, as aulas foram suspensas devido à fumaça que cobre a cidade. No Tocantins, o Ibama organizou uma força-tarefa para salvar peixes na Ilha do Bananal, e, em Rondônia, um incêndio já consumiu mais de 70 mil hectares de uma reserva, uma área três vezes maior que a urbana de Salvador.
O Mato Grosso lidera em focos de incêndio no Brasil, com o fogo avançando sem controle no Parque Nacional do Xingu e destruindo casas em aldeias na Terra Indígena Capoto Jarina. Durante uma audiência no Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou a pressão de parlamentares e empresários por projetos que aumentam o risco de queimadas. A ministra alertou que, sem um esforço conjunto, a Amazônia pode se transformar em savana, e o Pantanal está em risco de extinção.