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O Programa Mais Médicos atua para enfrentar a emergência de saúde pública entre os povos que vivem na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Recentemente, o programa incorporou 39 novos profissionais para atuar no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami e no Dsei Leste Roraima. O acolhimento ocorreu nos dias 17 e 18 de setembro, no auditório do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista.
Os profissionais passaram por um treinamento específico para lidar com casos de doenças respiratórias graves, oferecido pela equipe pedagógica do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária à Saúde (Dgaps) em parceria com representantes do Ministério da Educação (MEC). O objetivo foi capacitá-los para as ações de prevenção, manejo clínico e controle das doenças entre a população indígena.
Além das capacitações, a agenda incluiu uma visita técnica dos dirigentes do programa à aldeia Auaris, no território Yanomami, para avaliar a estrutura do polo de atendimento e acompanhar o atendimento médico à população local.
Edson Gomes de Lucena, coordenador-geral de provimento profissional do Dgaps, destacou a importância de visitar essas regiões para entender as condições de trabalho dos profissionais e as estruturas necessárias para o desenvolvimento adequado das atividades. Ele afirmou que conhecer a realidade do território é essencial para o planejamento e implementação de políticas públicas eficazes.
Durante as capacitações, os médicos adquiriram conhecimentos sobre os principais problemas de saúde enfrentados pela população indígena e sobre a atenção primária que irão oferecer no território, que exige uma prática clínica mais abrangente. Lucena ressaltou que, nessas localidades, a falta de suporte presente em redes de atenção secundária demanda maior resolutividade dos profissionais de saúde.
Atualmente, o Mais Médicos está presente em 34 Dseis, com 567 médicos em atividade para atender a população indígena em todo o país, segundo dados de setembro de 2024. Em Roraima, há 69 médicos em atuação, sendo 41 no Dsei Yanomami e 28 no Dsei Leste. Antes da retomada do programa, em janeiro de 2023, apenas 19 médicos atendiam a região.
O programa tem se mostrado crucial na assistência aos povos indígenas, especialmente com a ampliação do número de profissionais, que permitiu cobrir quase toda a população indígena local. Alysson Figueiredo, médico do programa na terra indígena Yanomami, destacou que, no início de 2023, a quantidade de profissionais era significativamente menor, e o programa vem contribuindo para expandir e qualificar o atendimento.
Os profissionais que ingressam no Mais Médicos para atuar nos Dseis seguem trilhas formativas, incluindo a especialização em saúde indígena, sob a supervisão de acadêmicos do Ministério da Educação. Francisco de Assis Rocha Neves, coordenador-geral de Expansão e Gestão da Educação em Saúde do MEC, afirmou que a parceria entre médicos e supervisores tem sido fundamental para fortalecer a supervisão acadêmica e promover mudanças positivas na saúde indígena. Ele ressaltou que os polos base oferecem atendimento médico, de enfermagem, farmacêutico, psicológico e odontológico.