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Ministério da Saúde e autoridades investigam contaminação por HIV em seis transplantados no Rio

Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Seis pacientes que estavam na fila de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) foram diagnosticados com HIV após receberem órgãos. O caso gerou grande repercussão e mobilizou investigações de várias instituições, como o Ministério da Saúde, a Polícia Civil, o Ministério Público, a Anvisa, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e a própria secretaria estadual.

Origem do problema: erro laboratorial

De acordo com informações da SES-RJ, o erro foi detectado em exames realizados pelo laboratório privado PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A unidade foi contratada emergencialmente em dezembro de 2023 por R$ 11 milhões para realizar testes de sorologia em órgãos doados. As autoridades identificaram dois testes realizados pelo laboratório que apresentaram resultados incorretos, permitindo a transmissão do vírus HIV a pacientes transplantados.

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A primeira contaminação foi descoberta em setembro de 2024, quando um paciente que havia recebido um coração no início do ano apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. O paciente não possuía o vírus antes do transplante. Posteriormente, as autoridades realizaram novas análises que confirmaram a presença do vírus também em dois receptores de rins doados na mesma ocasião. O paciente que recebeu a córnea, por ser um órgão menos vascularizado, testou negativo, e o receptor do fígado faleceu pouco depois do procedimento, sem relação com o HIV.

Outro caso semelhante ocorreu em outubro, quando mais um paciente transplantado apresentou sintomas e foi diagnosticado com HIV. O exame relacionado ao caso, realizado em maio, também foi vinculado ao laboratório investigado.

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Medidas tomadas pelas autoridades

O Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas para garantir a segurança dos transplantes e o acompanhamento dos pacientes afetados. Entre as ações, destacam-se a interdição cautelar do PCS Lab Saleme, a retomada das testagens pelo Hemorio, e a instalação de uma auditoria do SUS para apurar possíveis falhas no sistema de transplantes do estado. Além disso, o material de todos os doadores que passaram pelo laboratório desde dezembro de 2023 está sendo reanalisado.

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informou que transferiu os testes de sorologia dos doadores para o Hemorio a partir de setembro e que está rastreando os exames de todos os doadores testados pelo laboratório investigado. Uma comissão foi criada para oferecer suporte aos pacientes afetados, e uma sindicância foi aberta para apurar responsabilidades.

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Envolvimento de familiares de autoridades

Outro fato que chamou a atenção foi a ligação familiar do proprietário do laboratório PCS Lab Saleme com o ex-secretário de Saúde do estado, Doutor Luizinho. Embora as investigações estejam em andamento, o vínculo entre o laboratório e o ex-secretário levanta questões sobre possíveis irregularidades no processo de contratação emergencial da empresa.

Outras entidades envolvidas

O Cremerj também instaurou uma sindicância para investigar o caso, destacando a gravidade da situação. A Anvisa, por sua vez, identificou que o laboratório não possuía kits para a realização dos exames, o que reforça a suspeita de que os resultados podem ter sido forjados. A Polícia Civil está conduzindo uma investigação para apurar possíveis crimes relacionados à saúde pública, enquanto o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito civil para investigar o ocorrido.

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Impacto e segurança no sistema de transplantes

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é considerado um dos mais seguros do mundo, com normas rígidas para evitar a transmissão de doenças. As falhas detectadas neste caso específico abalaram a confiança de pacientes e familiares, mas as autoridades reforçam que as medidas corretivas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos futuros transplantes.

A SES-RJ garantiu que a situação é inédita e que o estado sempre manteve altos padrões de segurança em seus programas de transplante, que já salvaram mais de 16 mil vidas desde 2006. No entanto, o incidente reforça a necessidade de uma supervisão mais rigorosa nos processos de doação e transplante de órgãos.

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