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O concurso público da Prefeitura de Macaé, no Rio de Janeiro, foi marcado por polêmicas após a anulação de duas questões consideradas machistas e misóginas. As perguntas, elaboradas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), levaram a Prefeitura a emitir uma nota de repúdio e solicitar um posicionamento da banca examinadora.
Mais de 40 mil candidatos participaram da avaliação no último domingo (13), disputando 824 vagas para cargos de níveis médio e superior, incluindo áreas como Educação. As questões anuladas foram as de número 1 e 4 da disciplina de Língua Portuguesa, do módulo I de conhecimentos básicos da prova tipo 3, que se aplicava aos cargos de Professor A, Professor AEE e Professor A (Tradutor e Intérprete).
A questão 1 pedia aos candidatos que identificassem “a frase que não contém uma crítica ao fato de a mulher falar demais”. Entre as alternativas estavam afirmações como: “A língua da mulher não cala nem depois de cortada” e “Há mil invenções para fazer as mulheres falarem, e nem uma só para as fazer calar”. Já a questão 4 exigia que os participantes analisassem frases comparativas, incluindo expressões como “mulher é como um defeito da natureza” e “as mulheres são como robôs: têm no cérebro uma célula a menos e, no coração, uma célula a mais”.
A Prefeitura de Macaé, em nota publicada em seu site e redes sociais, repudiou qualquer conteúdo ofensivo nas questões do concurso, realizado nas cidades de Macaé e Campos dos Goytacazes. “Vale ressaltar que, cumprindo a lisura do processo e os critérios de confidencialidade, as questões de prova não são aprovadas previamente pela prefeitura, sendo restritas à banca Examinadora, a FGV. A Prefeitura de Macaé já solicitou posicionamento oficial do órgão”, afirmou a nota.
Além disso, a Prefeitura explicou que não analisa nem aprova as questões antes da aplicação. “A FGV informa a anulação das questões 1 e 4 de Língua Portuguesa do Módulo I de Conhecimentos Básicos da Prova Tipo 3, aplicadas no concurso público para Administração Pública Municipal Direta do Município de Macaé, por não estarem alinhadas aos princípios desta Fundação”, destacou.