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O Brasil registrou 965 focos de incêndio no domingo (20), segundo dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta segunda-feira (21). A Amazônia concentrou a maior parte desses focos, com 840, o que representa 87,1% do total.
O Estado do Pará liderou o ranking com 692 queimadas em 24 horas, seguido pelo Maranhão, com 104, e o Amapá, com 85 focos.
Entre os seis biomas brasileiros, quatro registraram focos de incêndio. O Cerrado apresentou o segundo maior número, com 123 focos, correspondendo a 12,7% do total.
O mês de agosto de 2024 terminou com o pior número de queimadas em 14 anos no Brasil. Foram registradas 68.635 ocorrências, o quinto maior número da série histórica, que começou em 1998, representando um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
Em setembro, o número de focos de incêndio aumentou para 83.157, tornando-se o pior mês do ano em termos de queimadas até agora. O setembro de 2024 também foi o mais crítico desde 2010, quando 109.030 focos foram contabilizados. Em comparação com o mesmo mês no ano anterior, que registrou 46.498 pontos de fogo, o aumento foi de 78,74%. Historicamente, setembro é o mês em que se registra o pico de queimadas no Brasil, uma tendência que se estende até outubro.
Em outubro, o Brasil já acumula 22.219 focos de incêndio. No total de 2024, o número de queimadas já atinge 232.427 ocorrências. Além do aumento das queimadas, o país enfrenta uma seca histórica, com a pior estiagem em 75 anos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A seca, agravada pela estiagem que afeta grande parte dos municípios brasileiros, é comum no inverno, que começou em junho e se estende até o final de setembro. No entanto, a intensidade deste ano é atípica. Dois fatores principais contribuem para esse cenário: as fortes ondas de calor, com seis registradas desde o início da temporada, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e a antecipação da seca, que começou antes do inverno em algumas regiões do Brasil.
Na Amazônia, por exemplo, a estiagem se intensificou quase um mês antes do previsto, já no início de junho.
Na região amazônica, além dos focos de incêndio, a seca tem assumido proporções preocupantes. Os municípios da região enfrentam cerca de um ano de estiagem, a mais longa já registrada.
Três fatores são apontados como principais causas: a intensidade do fenômeno El Niño, que alterou o regime de chuvas ao aquecer as águas do Oceano Pacífico, com pico no início deste ano; o aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte, cuja temperatura subiu de 1,2°C a 1,4°C entre 2023 e 2024; e as temperaturas globais recordes, com o mês de julho de 2024 marcando a maior temperatura já registrada na história. Esse cenário favorece o surgimento de ondas de calor mais intensas.