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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfrentou a suspensão do fornecimento de energia elétrica em 15 de suas instalações nesta terça-feira (12), incluindo o Museu Nacional, parte do campus de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. A interrupção ocorre após meses de tentativas de negociação entre a universidade e a concessionária Light, que alegou o não pagamento de uma dívida acumulada pela instituição.
De acordo com a Light, a suspensão foi uma medida necessária devido à inadimplência de R$ 31,8 milhões da UFRJ, referente a faturas vencidas entre março e novembro de 2024, além de um saldo de R$ 3,9 milhões de um parcelamento firmado em 2020, no qual a dívida total era de R$ 21,3 milhões. Apesar de acordos prévios para parcelamento, a universidade pagou apenas R$ 13 milhões até o momento.
A Light informou que as unidades essenciais, como serviços de saúde e segurança, foram preservadas, de modo a garantir a continuidade de atendimentos à população. Contudo, a interrupção afetou diversas áreas da universidade, incluindo o Museu Nacional, que está em processo de reconstrução e tem previsão de reabertura para 2026. Alexander Keller, diretor da unidade, afirmou à TV Globo que a falta de energia compromete também as obras de reconstrução.
A UFRJ, que foi recentemente anunciada como a terceira melhor universidade da América Latina no ranking da Times Higher Education, afirmou em nota que não se recusou a pagar a dívida e que havia solicitado suplementação orçamentária ao Ministério da Educação (MEC) para resolver a questão. Em julho, a Procuradoria Federal obteve uma decisão judicial favorável para evitar a suspensão, mas a Light recorreu e obteve a revogação da liminar.
Em resposta, o MEC afirmou que tem trabalhado para garantir o pleno funcionamento das universidades federais, buscando recompor orçamentos e mitigar as reduções orçamentárias. A pasta também ressaltou que a gestão orçamentária das universidades federais é de responsabilidade das próprias instituições, que têm autonomia para definir suas prioridades.
A reitoria da UFRJ segue em contato com a concessionária e o governo para buscar uma solução urgente e evitar maiores impactos nas atividades da universidade, especialmente nas obras de reconstrução do Museu Nacional.