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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (19) a operação “Contragolpe”, que mira uma organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O objetivo seria impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restringir a atuação do Poder Judiciário.
Com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cinco pessoas foram presas: quatro militares, entre eles membros das forças especiais do Exército conhecidos como “kids pretos”, e um policial federal. As prisões foram cumpridas até as 6h50 desta terça.
Entre os detidos está um ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República em 2022, atualmente assessor do deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. A operação foi autorizada no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe e os atos antidemocráticos registrados em 8 de janeiro de 2023, com expectativa de conclusão ainda este ano.
A identificação dos alvos ocorreu após a análise de dados vinculados a militares já investigados. Parte das evidências foi recuperada de aparelhos apagados do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e outra parte, ainda mais relevante, veio de dispositivos de outros militares. Mauro Cid, que já prestou depoimentos anteriores, deve ser ouvido novamente nesta terça.
A operação é um desdobramento de outra ação realizada em fevereiro deste ano, também relacionada ao inquérito, que prendeu militares e um ex-assessor presidencial, além de realizar buscas contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As investigações da PF apontam que a “organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE)”.
Ainda segundo a PF, “entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência [Lula] e Vice-Presidência da República [Alkmin] eleitos”.
Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal [Alexandre de Moraes], que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado, de acordo com a PF.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”.