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Após decretar estado de emergência devido à epidemia de dengue em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) não poupou críticas ao governo federal. Durante um evento no centro da cidade nesta segunda-feira (18), o prefeito criticou a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não incluir a capital paulista na lista de municípios que devem receber os imunizantes contra o vírus.
Segundo Nunes, desde janeiro deste ano, a Prefeitura de São Paulo enviou três ofícios ao Ministério da Saúde solicitando a inclusão da cidade na lista. No entanto, o prefeito afirmou que não obteve resposta às solicitações, o que, em sua visão, poderia ter evitado algumas mortes causadas pela dengue.
“Vamos mandar hoje mais um ofício para o Ministério da Saúde numa tentativa de alertá-los sobre a importância dessa inclusão. Acredito que poderíamos ter evitado muitas mortes; já chegamos a 11 óbitos aqui na cidade de São Paulo”, declarou o prefeito.
Para Nunes, o governo federal falhou ao não colocar o maior município do país na lista de distribuição das vacinas. “Acho que a maior cidade do Brasil tem um peso para demonstrar que eles [Ministério da Saúde] deram bobeira e poderiam ter sido mais ágeis no fornecimento da vacina”, acrescentou.
Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que uma parte do próximo lote de vacinas será destinada à capital paulista. “O município de São Paulo não foi excluído da seleção e receberá a vacina assim que tivermos mais doses disponíveis”, informou a pasta.
Devido à falta de vacinas para toda a população, o governo federal estipulou regras para a distribuição, incluindo apenas municípios com mais de 100 mil habitantes e com as maiores taxas de incidência da doença nos últimos 10 anos, o que excluía São Paulo.
Com 49.721 casos confirmados da doença e ao menos 11 óbitos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a cidade enfrenta uma incidência de casos da doença que atinge 414 por grupo de 100 mil habitantes, conforme dados da pasta.
O decreto de emergência na capital ocorre em menos de 15 dias após o estado de São Paulo também declarar situação de emergência devido ao avanço do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.