São Paulo

Após megaoperação policial, Prefeitura de SP assume empresas de ônibus acusadas de ligação com o PCC

Foto: Governo do Estado de São Paulo

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Após uma operação policial realizada na manhã desta terça-feira (09), na capital paulista, a prefeitura de São Paulo (SP) anunciou sua intervenção nas operações das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que atuam nas zonas sul e leste da cidade, respectivamente.

Durante a operação policial, denominada “Fim da Linha”, diretores das duas empresas foram detidos sob suspeita de conexão com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Devido ao caráter sigiloso das investigações, os nomes dos envolvidos não foram divulgados pelas autoridades responsáveis.

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Essas empresas, que transportam aproximadamente 650 mil passageiros diariamente com uma frota de 1.365 ônibus, receberam cerca de R$ 800 milhões em remuneração da prefeitura de São Paulo em 2023.

Em uma edição extraordinária do Diário Oficial Municipal publicada hoje, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, decretou a intervenção nas duas empresas. Para a Transwolff, foi nomeado como interventor Valdemar Gomes de Melo, um funcionário com mais de 45 anos de experiência na SPTrans, a empresa que gerencia o sistema de ônibus na cidade de São Paulo. Já para a UPBus, o interventor designado foi Wagner Chagas Alves, que trabalha há mais de 40 anos na SPTrans. Ambos os interventores irão colaborar com representantes da Controladoria Geral do Município, da Procuradoria Geral do Município e da Secretaria da Fazenda.

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Em uma coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje na sede do Ministério Público, o prefeito de São Paulo assegurou à população que a operação policial não impactará o funcionamento das linhas de ônibus operadas por essas duas empresas. Ele afirmou: “Não haverá interrupção nos serviços de transporte público na cidade de São Paulo. Os fornecedores dessas empresas continuarão a ser remunerados, não haverá problemas para os funcionários, e do ponto de vista dos passageiros e da operação, nada mudará além da gestão das empresas”.

De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco de Presidente Prudente), até o momento não foram encontradas evidências da participação de agentes ou servidores públicos no crime. No entanto, o prefeito afirmou que qualquer irregularidade detectada durante as investigações será devidamente investigada e os responsáveis serão responsabilizados.

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A Operação Fim da Linha foi realizada para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a facção criminosa PCC, com a participação de cerca de 400 agentes públicos. Segundo Gakiya, essa operação é histórica pois visa atingir a parte financeira dessas organizações criminosas, sufocando seus recursos.

Durante a coletiva de imprensa, o secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, destacou a importância de privar os grupos criminosos de seus recursos financeiros. Ele afirmou: “É inaceitável que líderes de facções atuem como grandes empresários”.

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Os envolvidos no crime usavam as empresas de ônibus Upbus e Transwolff para ocultar a origem ilegal de recursos provenientes de atividades como tráfico de drogas e roubos.

A Justiça autorizou 52 mandados de busca domiciliar, quatro de prisão e cinco medidas cautelares. Até o momento, nove pessoas foram presas, incluindo três em flagrante, e foram apreendidas 11 armas, 813 munições diversas, R$ 161 mil em dinheiro, computadores, HDs, pen drives, dólares e barras de ouro. Também foi determinado o bloqueio de R$ 596 milhões pela Justiça, e bens como veículos, lanchas e motos aquáticas foram apreendidos durante a operação.

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Segundo as investigações, o PCC assumiu características de uma máfia, infiltrando-se em órgãos do Estado e participando de licitações de serviços públicos essenciais.

Marcia Cecília Meng, superintendente da Receita Federal em São Paulo, afirmou que a organização criminosa utilizava as empresas de ônibus para dar uma aparência legal a atividades ilícitas, como a lavagem de dinheiro. Além disso, houve distribuição indevida de dividendos isentos de impostos, e operações fraudulentas de compra e venda de bens de luxo.

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A operação contou com a colaboração do Ministério Público do Estado de São Paulo, da Polícia Militar, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Receita Federal. A investigação continua e pode envolver outras empresas.

O Cade forneceu apoio técnico à operação para investigar possíveis conluios entre empresas concorrentes em licitações públicas. A Receita Federal participou do cumprimento de mandados em 20 locais, onde foram identificados indícios de irregularidades fiscais. O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo anunciou uma operação preventiva para garantir o fluxo do transporte público na cidade.

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