O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo confirmou na noite desta quarta-feira (14) a identificação de 60 dos 62 corpos das vítimas do trágico acidente aéreo envolvendo o voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas. A aeronave, que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo (SP), deixou um rastro de destruição e não houve sobreviventes.
Os trabalhos de identificação estão sendo realizados na Unidade Central do IML, localizada no bairro de Pinheiros, na capital paulista. Até o momento, 30 dos corpos identificados já foram liberados para as famílias realizarem os devidos funerais. O processo de identificação, que conta com a participação de mais de 40 profissionais, incluindo médicos, odontologistas, antropólogos e radiologistas, é conduzido com o apoio do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Delegacia de Vinhedo, instaurou um inquérito policial para investigar as causas do acidente. As investigações estão em curso sob segredo de Justiça, enquanto a Polícia Federal também iniciou sua própria apuração sobre o caso. Paralelamente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está focado em entender os fatores que levaram à tragédia, visando a prevenção de futuros incidentes.
O voo 2283 partiu de Cascavel às 11h58 da última sexta-feira, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Porém, cerca de 17 minutos antes do horário previsto para o pouso, a aeronave caiu no quintal de uma residência dentro de um condomínio privado em Vinhedo e explodiu. Todos os 62 ocupantes a bordo, incluindo 58 passageiros e quatro tripulantes, morreram instantaneamente devido ao impacto.
De acordo com o IML, as vítimas sofreram politraumatismo, uma condição caracterizada por múltiplas lesões traumáticas simultâneas. A Força Aérea Brasileira informou que o voo transcorreu normalmente até as 13h20, momento em que, às 13h21, a aeronave deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo. Não houve qualquer comunicação de emergência ou relato de condições meteorológicas adversas. O contato com o controle de tráfego aéreo foi perdido definitivamente às 13h22.
O governo de São Paulo, por meio do Instituto Oscar Freire, está oferecendo suporte às famílias das vítimas, auxiliando na coleta de informações e materiais biológicos que auxiliem os peritos no processo de identificação.
Em um pronunciamento oficial, o presidente da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, afirmou que a companhia está prestando “assistência irrestrita” às famílias das vítimas, destacando que a segurança e a vida dos passageiros “sempre foram e continuarão sendo nossa prioridade número 1”.
As causas exatas do acidente continuam sob investigação, com o Cenipa liderando os esforços para determinar os fatores que contribuíram para essa tragédia.