São Paulo

Polícia Civil faz megaoperação contra o ‘sistema bancário do PCC’ que lava dinheiro da Cracolândia

Foto: Divulgação/Ricardo Nunes

Na 5ª fase da Operação Downtown, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo na manhã desta sexta-feira, 23, foi descoberta uma complexa rede de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas que atua na Cracolândia, região da capital paulista cheia de drogados.

A operação revelou que os recursos ilícitos são movimentados por meio de uma rede de empresas, que inclui um banco, casas de câmbio e um conglomerado de empresas no Brasil e no Uruguai, envolvendo até uma offshore vinculada ao escritório panamenho Mossack Fonseca, notório pelo escândalo dos Panama Papers.

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De acordo com o delegado Fernando José Santiago, do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), a rede foi chamada de “sistema bancário do PCC”.

Estão sendo cumpridos 31 mandados de busca e apreensão – 26 em São Paulo, quatro no Paraná e um no Rio Grande do Sul. Além disso, 41 contas bancárias foram bloqueadas pela Justiça.

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A nova fase da operação é um desdobramento da investigação anterior que focou na rede de 78 hotéis e hospedarias montada pelo PCC no centro de SP, além de ferros-velhos e empresas de reciclagem, utilizados como pontos de apoio logístico para o tráfico de drogas.

A análise dos relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) permitiu aos investigadores traçar o fluxo do dinheiro desde a Cracolândia até uma rede de doleiros e offshores que operam no Brasil, nas Ilhas Virgens Britânicas e no Uruguai.

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As investigações mostraram que muitos dos envolvidos mantêm conexões por meio de transferências bancárias em suas contas correntes, começando por M. C., que é acusado de ser um dos principais membros do PCC na região e administra o Hotel Tupy, interditado e sequestrado pela Justiça.

Carames foi vinculado a S. C., que possui uma rede de hospedarias no centro de São Paulo, incluindo o Nosso Lar, alvo da 4ª fase da Operação Downtown. C. também mantinha relações com Ricardo Galian, conhecido como Jean Gordo, envolvido no furto de três toneladas de notas de R$ 50 do Banco Central de Fortaleza em 2005.

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Jean Gordo recebeu depósitos de C. por meio das empresas Hortifruti Galian e Spina & Spina, que, por sua vez, transferiam recursos para a empresa Vemax.

S. C. tinha conexões com D. R. e A. B., ambas acusadas de tráfico de drogas, que também se relacionavam com a Vemax.

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Grande parte dos valores foi depositada em agências bancárias na Cracolândia em cédulas de pequeno valor, muitas vezes em mau estado de conservação, o que sugere que eram usadas por dependentes químicos.

A Vemax foi registrada em nome de duas pessoas desconhecidas, uma delas uma moradora de rua, e foi utilizada para pagamentos a um grupo de empresas, incluindo a Via Neman e o Banco Bidu, este último registrado em nome de C. N., um banqueiro que era amigo do piloto de helicóptero F. M.

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M. JÁ transportou líderes do PCC para uma emboscada no Ceará, onde foram executados em 2018. Tanto as contas de C. N. quanto de seu pai, D. B. N., foram usadas para lavar dinheiro de origem criminosa, com indícios de que o esquema beneficiava traficantes na Cracolândia.

Os policiais investigaram as empresas que mais interagiam com a Vemax e os Neman, levando à identificação de empresas ligadas a D. P., um empresário do Tatuapé acusado de ser mandante do assassinato de um advogado em companhia do doleiro W. D. J., conhecido como Tio.

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Os N. e os D. já haviam sido investigados em operações anteriores, como Tempestade e Laços de Família, que lidaram com lavagem de dinheiro do PCC e contrabando de cigarros.

O relatório final aponta que D. e C. N. estão ligados a uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, chamada Farlow Development S.A., agenciada pelo Mossack Fonseca. No total, 13 empresas estavam envolvidas na dissimulação de capitais, incluindo empresas de fachada associadas à família K. M.

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A investigação revelou que essas empresas movimentaram grandes quantias de dinheiro, com a Vemax recebendo recursos de empresas como Guardiões do Câmbio e Suprema Gestão, e detectou movimentações significativas por empresas como Valzer e ALL Center.

A conclusão é que traficantes no centro histórico de São Paulo utilizam um sofisticado esquema de lavagem de capitais facilitado pelos Neman e outros associados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

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