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Na última sexta-feira (23), a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra diversos réus envolvidos em atividades criminosas na Cracolândia, no centro da capital paulista. Entre os acusados estão ex-agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e traficantes associados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores, revelou que o ex-GCM Elisson de Assis utilizava seu cargo para extorquir comerciantes da região. Ele e sua esposa criaram uma empresa para vender “serviços de segurança”, na verdade uma forma de extorsão, segundo o magistrado.
O grupo, incluindo os ex-GCMs Antonio Carlos Amorim Oliveira e Renata Oliva de Freitas Scorsafava, foi descrito pelo juiz como uma “milícia privada”. De acordo com Barreiros, o grupo vendia proteção contra ameaças que eles próprios criavam, movimentando cerca de R$ 3 milhões.
Rubens Alexandre Bezerra, outro ex-GCM expulso em 2019, também é réu. Ele é acusado de vender armas de fogo para traficantes do PCC que operavam na Favela do Moinho. O juiz destacou a gravidade das acusações, mencionando a apreensão de armamentos pesados, evidenciando o poderio bélico do grupo.
Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Leo do Moinho”, é apontado como o líder do tráfico de drogas na Cracolândia. Seus parentes, Alberto e Jefferson Moja, também foram acusados e tiveram prisão preventiva decretada. A decisão judicial indicou que a família Moja estava envolvida na lavagem de dinheiro ilícito e na operação de pontos de armazenamento de drogas.
Valdecy Messias de Souza, cinegrafista amador e funcionário de uma empresa de comunicação, foi denunciado por fornecer equipamentos que permitiam a clonagem das comunicações de rádio da polícia. Ele é acusado de ser essencial para a comunicação entre os criminosos, repassando informações sobre operações policiais e ajudando a prevenir ações contra o tráfico.
A aceitação da denúncia marca um passo significativo na investigação e no combate ao tráfico de drogas e à milícia na Cracolândia, refletindo o esforço contínuo das autoridades em desmantelar organizações criminosas na região.