São Paulo

Hospital das Clínicas da USP é condenado por erro médico: paciente tratou HIV por 13 anos sem ter a doença

(Governo de SP)

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A Justiça de São Paulo determinou que o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo deve pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais a uma mulher que foi tratada por HIV durante 13 anos sem necessidade. 

Conforme relatado pelo g1, em maio de 2003, a mulher procurou o Ambulatório de Imunodeficiências Secundárias do hospital, relatando ter tido relações sexuais com um homem soropositivo. A partir desse momento, foi considerada HIV positivo, mesmo apresentando-se assintomática. Durante mais de uma década, ela passou por exames regulares de carga viral, todos com resultados que não justificavam o tratamento contínuo.

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No entanto, em julho de 2016, durante um exame de rotina, a paciente recebeu a notícia de que o teste para o vírus da AIDS havia dado “não reagente”. Essa revelação a deixou em um estado de confusão e angústia, pois passou anos acreditando ser portadora de uma doença incurável. A defesa da paciente destacou que ela viveu em constante temor, se privando de diversas atividades e relacionamentos, além de temer contágios acidentais a familiares.

“Ela se viu como uma sentenciada à pena de morte, privando-se de atividades cotidianas e temendo até um acidente doméstico que pudesse colocar seus familiares em risco”, afirmou a defesa ao veículo. A juíza da 9ª Vara da Fazenda Pública observou que o réu não conseguiu demonstrar a inexistência de um nexo causal entre o diagnóstico equivocado e os danos causados à paciente.

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O Hospital das Clínicas emitiu uma nota lamentando o ocorrido e reafirmou seu compromisso com a melhoria contínua dos processos médicos, destacando os avanços na área de diagnósticos. “Trabalhamos constantemente para minimizar as falhas inerentes aos processos da medicina, promovendo um cuidado cada vez mais seguro e eficaz para a população”, diz a nota.

Um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC) confirmou que a paciente sofreu danos psíquicos ao viver com o peso de um diagnóstico incorreto por anos. Apesar de ter realizado exames positivos para HIV, não houve um acompanhamento adequado que pudesse esclarecer sua situação.

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