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Na noite desta sexta-feira (25), o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) participaram do último debate antes do segundo turno das eleições. O encontro, mediado pelo jornalista César Tralli, foi intenso e recheado de provocações, com ambos os candidatos trocando acusações de corrupção e extremismo.
O debate começou morno, mas a temperatura subiu rapidamente, especialmente no final do primeiro bloco. Boulos, representando a esquerda, tentou associar Nunes a suspeitas de corrupção, mencionando a polêmica “máfia das creches” e a suposta ligação do cunhado de Marcola, líder do PCC, com um órgão da prefeitura sob a administração atual. Em resposta, Nunes acusou Boulos de ser um radical, chamando-o de baderneiro e levantando questões sobre a legalização das drogas.
Ao longo do debate, o clima de tensão aumentou, e em alguns momentos os candidatos se estranharam cara a cara. Nunes fez nove pedidos de direito de resposta, dos quais apenas um foi concedido, enquanto Boulos solicitou dois, recebendo autorização para um deles. Em uma das intervenções, Nunes utilizou seu celular, uma violação das regras estabelecidas para o debate, sendo prontamente alertado pelo mediador.
Os candidatos tiveram a liberdade de circular pelo cenário e usaram um mapa da cidade para discutir diferentes regiões da capital. Essa dinâmica permitiu uma interação mais próxima e um visual mais engajante para a audiência.
Durante as acusações, Boulos desafiou Nunes a abrir seu sigilo bancário, ao que o prefeito respondeu que sempre se dispôs a fazê-lo para qualquer autoridade e reiterou que nunca foi indiciado por crimes. O clima de acusações ficou ainda mais denso quando Nunes afirmou que Boulos havia invadido e depredado a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), lendo uma nota da Polícia Civil que indicava que Boulos foi detido por supostos ataques à Polícia Militar.
Boulos, por sua vez, defendeu sua postura, afirmando que já foi detido em nome da defesa de famílias em situação de vulnerabilidade, e não por ações violentas. Ele ainda lançou uma provocação a Nunes, relembrando um incidente em que o prefeito foi preso por disparos de arma de fogo em uma boate, contrastando sua detenção com as razões que levaram Boulos à delegacia.
O formato do debate, em estilo de “banco de minutos”, permitiu que cada candidato tivesse tempo limitado para expor suas ideias, sendo dividido em quatro blocos: dois de tema livre e dois com temas determinados. Ao final do quarto bloco, cada candidato teve um minuto e meio para suas considerações finais.