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Derrotado nas urnas por Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) acompanhou a apuração na Casa de Portugal, em São Paulo. Durante seu discurso, disse: “As mentiras e os ataques que definiram essa eleição. Eu não vou falar do crime eleitoral do governador de São Paulo [Tarcísio de Freitas]. Disso, a Justiça que cuide. Não vou fazer um discurso de perdedor porque a gente perdeu uma eleição, mas recuperamos a dignidade da esquerda brasileira.”
Agradecendo à sua vice, Marta Suplicy (PT), e aos eleitores que votaram nele, Boulos ressaltou a importância da coesão entre os partidos da coligação “Amor Por São Paulo”, que inclui o PT, PC do B, PCB e PSOL. Ele mencionou: “Aqui você sempre terá um companheiro leal”, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, .
O evento, que reuniu militantes de sua coligação “Amor Por São Paulo”, também contou com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Boulos agradeceu a todos que votaram em sua chapa, incluindo os apoiadores de partidos como PT, PC do B, PCB e PSOL, assim como a colaboração de Tabata Amaral e do apresentador José Luiz Datena, que, apesar de serem adversários no primeiro turno, se uniram em apoio a sua candidatura na segunda fase da disputa.
Entre os agradecimentos, Boulos destacou sua família, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja menção foi recebida com aplausos calorosos da plateia. “Aqui você sempre terá um companheiro leal,” disse Boulos ao presidente, enfatizando sua preocupação com o futuro da cidade. “Eu espero que o povo de São Paulo e do Brasil tenha forças para evitar o pior,” concluiu, expressando confiança de que, apesar do resultado eleitoral adverso, “o futuro vai ser nosso”.
Boulos chegou ao segundo turno com 29,07% dos votos válidos (equivalente a 1.776.127), enquanto Ricardo Nunes obteve 29,48% (1.801.139). Nunes recebeu uma parte significativa dos votos do ex-candidato Pablo Marçal, que alcançou 28,14% (1.719.274).
Em meio à apuração dos resultados, Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez declarações sobre o envolvimento do PCC nas eleições, afirmando que a facção criminosa havia orientado seus familiares e apoiadores a votar em Boulos. “Houve a interceptação de conversas e orientações que eram emanadas de presídios, por parte de uma facção criminosa, orientando determinadas pessoas, de determinadas áreas, a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação e isso não vai ter influência nenhuma na eleição,” disse o governador após votar no domingo (27).
No mesmo dia, a Polícia Civil de São Paulo anunciou a abertura de um inquérito para investigar cartas interceptadas em setembro, escritas por membros do PCC, que orientavam os votos de integrantes da facção e seus familiares em candidatos de São Paulo e Santos. Os bilhetes obtidos pela Polícia Militar indicam que o PCC “não fecha com nenhum partido político”, mas solicita que seus membros votem na chapa de Boulos e Marta Suplicy.
As cartas também continham instruções para eleitores em Santos, onde o PCC designou a candidata Rosana Valle (PL) como “inimiga n° 1”, proibindo sua entrada nas comunidades. A investigação da Polícia Civil está em andamento, com o primeiro passo sendo a perícia dos documentos interceptados, enquanto os investigadores buscam identificar os autores e como as mensagens foram disseminadas.