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Após garantir a reeleição, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira (28) que pretende manter a tarifa de ônibus congelada, além de defender o encerramento do contrato com a concessionária Enel em razão dos recentes apagões na cidade.
Nunes obteve 59,35% dos votos válidos, totalizando 3.393.110, enquanto seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), recebeu 40,65%, somando 2.323.901 votos.
Desde 2020, a tarifa do ônibus se mantém congelada em R$ 4,40. Em entrevista à TV Globo, o prefeito ressaltou seu desejo de preservar esse valor, mas alertou que “não poderia ser irresponsável” ao fazer promessas neste momento. Em dezembro, a gestão revisará os dados financeiros e poderá decidir se haverá aumento ou não na passagem. “Uma coisa que eu sempre fiz e vou continuar fazendo é governar com responsabilidade. A questão da saúde financeira da cidade, a responsabilidade fiscal, isso é muito importante para a gente poder colocar todos os serviços em atendimento”, explicou Nunes.
O prefeito reiterou sua intenção de finalizar o contrato com a Enel e anunciou que fará “pressão política” para essa medida. “Reeleito com essa votação expressiva, portanto, inegavelmente com muito mais peso político, eu começo, junto com o Tarcísio, por mais força ainda para tirar essa empresa daqui. Essa empresa tem que sair da cidade de São Paulo”, afirmou.
Nunes criticou a administração federal, dizendo: “O governo federal, o Presidente da República, esse péssimo Ministro de Minas e Energia têm que tomar uma atitude […] A concessão é federal, a regulação é federal e a fiscalização é federal. Então, o governo federal precisa olhar para a população de São Paulo e tirar essa empresa”.
Sobre as podas de árvores, o prefeito não apresentou um plano claro para solucionar a questão e atribuiu a responsabilidade à Enel. “O que acontece é que a gente tem engenheiro-agrônomo em todas as 32 sobreprefeituras. […] É que se você não desligar a energia, coloca em risco a vida do profissional, então a Enel vai, desliga energia e a gente faz a poda”, justificou.
Em relação ao vice-prefeito, coronel Mello Araújo, Nunes revelou que ainda não conversou com ele sobre suas funções no novo mandato, mas sugeriu que ele pode assumir uma secretaria executiva focada em áreas específicas, como Segurança Pública.
Abstenções em Alta
As eleições de 2024 marcaram um recorde em São Paulo, com o maior índice de abstenção da história em um segundo turno. O número de eleitores ausentes atingiu 31,54%, correspondente a 2.940.360, superando a quantidade de votos que Boulos recebeu. “Acho que atribuo isso a uma campanha muito agressiva que a gente não gostaria que acontecesse. A população rejeitou esse tipo de comportamento”, comentou Nunes.