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A Polícia Federal (PF) indiciou o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), por supostamente vender decisões judiciais. A ação é parte da Operação Churrascada, que investiga corrupção e irregularidades no judiciário paulista. O relatório da PF foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e inclui acusações graves, como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa, advocacia administrativa e violação de sigilo funcional.
De acordo com as investigações, o desembargador é suspeito de manipular decisões em processos sob sua responsabilidade, além de casos no plantão judicial, em troca de pagamentos. A PF também apura a prática de “rachadinha” em seu gabinete, onde funcionários seriam obrigados a repassar parte de seus salários ao magistrado.
As investigações revelaram a atuação de Wellington, apontado como colaborador informal do advogado Luiz Pires Moraes Neto, que teria negociado diretamente com representantes do desembargador para compra de sentenças judiciais. O esquema incluía um posto de combustíveis próximo ao gabinete de Almeida, que teria sido utilizado para receber pagamentos ilícitos. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o local recebeu movimentações bancárias suspeitas, como a de R$ 100 mil em 2017, que teriam relação com o esquema.
Em nota, os advogados do desembargador, Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, classificaram o indiciamento como “arbitrário e ilegal”. A defesa alega que os depoimentos e perícias realizados comprovam a inocência de Almeida e sustentam que ele teria sido alvo de um ex-amigo, falecido em 2019, que usava o nome e prestígio do magistrado para vender decisões sem o conhecimento ou envolvimento do desembargador.