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Juliana Lima, mãe de um menino de 12 anos, denunciou agressões físicas e bullying contra seu filho, que está na “fase final” do diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a mãe, o garoto foi atingido por um soco no rosto por um colega de classe, na saída da Escola Municipal Antônio Peres Ferreira, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Em entrevista à TV Tribuna, Juliana revelou que o filho, alvo constante de bullying, é chamado de “autista balofo” por outros alunos. (Vídeo no final da matéria).
A agressão ocorreu no dia 2 de novembro, quando o menino, de 12 anos, foi atingido por um colega de 11 anos, o que resultou em um corte na pálpebra direita. A criança precisou ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude, também localizada em Praia Grande, onde levou três pontos. A mãe do garoto destacou que o filho sofre bullying há cerca de três meses, sendo constantemente alvo de apelidos como “baleia azul”, “burro” e “autista balofo”.
Mãe se sente impotente diante da situação
Juliana Lima expressou a dor e o desespero de mãe diante do sofrimento do filho. “Ele é um menino de 12 anos que não tem maldade. Leva tudo na brincadeira. É uma criança pura. Batem nele e é ele quem pede desculpas”, disse, visivelmente emocionada. “Como mãe, eu me sinto de mãos atadas”, completou. A mulher afirmou ter tentado buscar soluções, reclamando à diretoria da escola e à Secretaria de Educação da cidade, mas, segundo ela, a situação de perseguição por parte de outros alunos continuou.
Ação judicial e pedido de indenização
A família decidiu buscar reparação pelos danos sofridos e contratou o advogado Mário Bernardes para tomar as medidas cabíveis. O profissional confirmou que foi movida uma ação judicial contra a prefeitura de Praia Grande, com um pedido de R$ 30 mil em indenização por danos morais. Além disso, a família solicita que o menino receba acompanhamento psicológico para lidar com os traumas causados pelas agressões e humilhações.
Resposta da Prefeitura
Em resposta ao caso, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), declarou em nota que “repudia todo e qualquer ato de violência” e que adota medidas como a Justiça Restaurativa, com o auxílio de pedagogos comunitários e psicólogos escolares, para promover a convivência harmoniosa entre os alunos.
A administração municipal também explicou que a agressão não ocorreu dentro da escola, mas em um comércio próximo à unidade de ensino. A mãe do menino teria sido atendida pela Secretaria de Educação no dia seguinte ao ocorrido, quando foi orientada sobre os passos a seguir. A prefeitura destacou que está tomando as providências necessárias em relação ao estudante responsável pela agressão, tendo convocado seus responsáveis e o conselho escolar.
Por fim, a prefeitura afirmou que ainda não foi notificada sobre a ação judicial movida pela família.
Situação de bullying nas escolas: um problema a ser combatido
O caso levantou mais uma vez a discussão sobre o bullying nas escolas e a necessidade de medidas mais eficazes para proteger alunos vulneráveis, como aqueles diagnosticados com TEA. O bullying pode ter efeitos devastadores na saúde mental e emocional das crianças, e ações imediatas de prevenção e suporte psicológico são essenciais para evitar que situações como essa se repitam. A comunidade escolar e a sociedade em geral precisam se unir para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas características, possam estudar em um ambiente seguro e respeitoso.