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Pela primeira vez, cientistas observaram ondulações causadas pelo movimento dos buracos negros que se estendem e comprimem suavemente tudo no universo. O anúncio foi feito na noite de quarta-feira (29).
Eles relataram que foram capazes de “ouvir” as “ondas gravitacionais” de baixa frequência, que são mudanças no tecido do universo criadas por objetos enormes que se movem e colidem no espaço.
“É realmente a primeira vez que temos evidências apenas desse movimento em larga escala de tudo no universo”, disse Maura McLaughlin, codiretora do NANOGrav, a colaboração de pesquisa que publicou os resultados no The Astrophysical Journal Letters.
O físico alemão Albert Einstein previu que, quando objetos realmente pesados se movem pelo espaço-tempo, eles criam ondulações gravitacionais que se espalham por essa estrutura.
Os cientistas às vezes comparam essas ondulações à música de fundo do universo.
Em 2015, os cientistas usaram um experimento chamado LIGO para detectar ondas gravitacionais pela 1ª vez e mostraram que Einstein estava certo. Porém, até agora, esses métodos só conseguiram captar ondas em altas frequências, explicou a astrofísica Chiara Mingarelli, membro do NANOGrav.
De acordo com ela, esses “chilros” rápidos vêm de momentos específicos quando buracos negros relativamente pequenos e estrelas mortas se chocam.
Na pesquisa mais recente, os cientistas estavam procurando por ondas em frequências muito mais baixas.
Essas ondulações podem levar anos ou até décadas para subir e descer, e provavelmente vêm de alguns dos maiores objetos do nosso universo: buracos negros supermassivos bilhões de vezes a massa do nosso sol.
De acordo com o astrofísico da Universidade de Columbia, Szabolcs Marka, as galáxias em todo o universo estão constantemente colidindo e se fundindo. Quando isso acontece, os cientistas acreditam que os buracos negros no centro dessas galáxias também se unem e ficam presos em uma dança antes de finalmente entrarem em colapso.
Os buracos negros emitem ondas gravitacionais enquanto circulam nesses pares, conhecidos como “binários”.
“Os binários de buracos negros supermassivos, orbitando lenta e calmamente um ao outro, são os tenores e o baixo da ópera cósmica”, afirmou Szabolcs Marka.
Nenhum instrumento na Terra poderia capturar as ondulações desses gigantes. Então, “tivemos que construir um detector que fosse aproximadamente do tamanho da galáxia”, disse o pesquisador do NANOGrav, Michael Lam, do Instituto SETI.
Os resultados divulgados esta semana incluíram 15 anos de dados do NANOGrav, que tem usado telescópios na América do Norte para procurar as ondas.