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Um movimento crescente no mercado de tecnologia da informação está apontando para uma fase de maturação nas estratégias de nuvem. O cenário revela não apenas um aumento na repatriação de dados, mas também uma busca por um equilíbrio eficiente entre as soluções em nuvem e os data centers locais. Nos últimos anos, um número significativo de empresas tem optado por trazer seus dados de volta para seus próprios data centers. Estudos recentes, como o da 451 Research, indicam que aproximadamente 86% dos departamentos de TI estão migrando suas aplicações de volta para infraestruturas locais. Outra pesquisa, realizada pela Enterprise Cloud Index (ECI), revela que 46% das empresas planejam repatriar parte de suas aplicações para data centers on-premises, principalmente visando a redução de custos associados à nuvem.
Apesar desse movimento de repatriação, o mercado de nuvem pública continua em ascensão. Gigantes do setor, como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud Platform, dobraram suas receitas nos últimos anos. Segundo projeções da Stocklytics.com, o mercado movimentou US$ 595 bilhões no último ano e espera-se que ultrapasse os US$ 690 bilhões em 2024, rumando para trilhões até 2028. A Gartner também aponta que os investimentos em nuvem devem atingir US$ 679 bilhões em 2024, com uma taxa de crescimento anual composta de 19,7% ao longo de cinco anos.
No entanto, especialistas destacam que por trás dessa aparente contradição entre repatriação e crescimento da nuvem pública, está o amadurecimento das estratégias de nuvem por parte das empresas. Rayner de Melo Pires, Tech Lead na Algar Tech, ressalta que a decisão de repatriar dados está sendo impulsionada por uma maior preocupação com a gestão prudente e racional dos serviços de TI, especialmente em atividades gerenciais.
Julio Jeronymo, especialista em Multicloud Architectecture & Cloud Security da Algar Tech, enfatiza que, apesar dos avanços tecnológicos da nuvem, esta não é a solução para todos os problemas. Ele destaca a importância de encontrar um equilíbrio entre nuvem e infraestrutura local. Essa mudança de paradigma traz consigo novos desafios, especialmente na gestão de cloud e infraestrutura, com a crescente adoção de infraestruturas híbridas. O objetivo é aproveitar o melhor de ambos os ambientes, garantindo confiabilidade, escalabilidade e eficiência.
A migração de dados, seja para a nuvem ou de volta aos data centers locais, apresenta desafios que incluem custos, segurança, conformidade legal e integração de sistemas. Esses desafios exigem uma gestão astuta e adaptativa das infraestruturas de TI. Para enfrentar esses desafios, as empresas estão investindo em infraestrutura, pessoas e desenvolvendo competências internas para gerenciar suas operações de nuvem de forma mais eficiente. Além disso, a adoção de infraestruturas híbridas, que combinam recursos de TI internos e externos, emerge como uma solução estratégica para uma transição controlada e segura. À medida que o mercado de TI evolui, espera-se uma maior ênfase na otimização e redução dos custos de nuvem, bem como na simplificação da gestão e conectividade com a nuvem. Empresas que souberem implementar e gerenciar eficientemente as soluções de nuvem estarão melhor posicionadas para aproveitar as oportunidades de crescimento em um ambiente cada vez mais híbrido e distribuído.