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A Thwaites, uma enorme geleira da Antártica conhecida como a “geleira do Juízo Final”, está sob um risco de derretimento ainda maior do que se pensava. Seu colapso pode elevar o nível do mar em até um metro, desencadeando uma catástrofe global. Pesquisadores das universidades dos Estados Unidos e Canadá, com o apoio da NASA, usaram imagens de satélite para monitorar a Thwaites. Eles descobriram que a geleira está se movimentando, empurrada pela água quente do oceano.
A geleira, presa ao fundo do oceano, está sendo levantada por marés intensas, permitindo que a água quente do mar invada sua base por até seis quilômetros. Esse contato com a água quente torna a geleira ainda mais vulnerável ao derretimento, agindo como um fator adicional ao aumento da temperatura global.
Christine Dow, coautora do estudo e professora da Faculdade de Meio Ambiente da Universidade de Waterloo, adverte que esta descoberta não apenas revela que a “geleira do Juízo Final” está mais próxima do colapso, mas que a ação das marés junto ao oceano aquecido pode comprometer toda a camada de gelo da Antártica, elevando drasticamente o nível do mar.
“Thwaites é o lugar mais instável da Antártica e contém o equivalente a 60 centímetros de aumento do nível do mar. A preocupação é que estejamos subestimando a velocidade com que a geleira está mudando, o que seria devastador para as comunidades costeiras em todo o mundo”, disse Dow.
Apesar do alerta, ainda não se sabe ao certo com que rapidez esse movimento pode fazer com que a Thwaites derreta por completo. O estudo, publicado no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences, visa aprimorar as previsões sobre o futuro dos oceanos.
O último ano foi marcado por um aumento alarmante da temperatura global. Oceanos mais quentes, a Terra mais quente, e maior emissão de gases de efeito estufa têm consequências diretas sobre as geleiras e o nível do mar.
A Thwaites, a “geleira do Juízo Final”, representa 4% da elevação anual do nível do mar global, um número enorme para uma única geleira. Estudos anteriores já indicavam que ela vinha derretendo rapidamente nos últimos anos, mas a nova pesquisa sublinha o quão iminente e devastador seu colapso pode ser.