Ciência e Tecnologia

Cientistas desafiam crenças tradicionais sobre a origem dos terremotos

Foto: Divulgação

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Pesquisadores da Universidade de Brown, em um estudo publicado na revista Nature, desafiam crenças tradicionais sobre a causa dos terremotos. A equipe sugere que o alinhamento das falhas geológicas, e não o atrito, desempenha um papel crucial na ocorrência e intensidade dos terremotos. O geofísico Victor Tsai, um dos principais autores do estudo, afirma que a geometria das redes de falhas é fundamental para determinar onde e com que força um terremoto ocorrerá. Essa perspectiva contrasta com a visão tradicional de que o atrito nas falhas é o principal fator desencadeante dos terremotos.

As linhas de falha são as fronteiras visíveis na superfície da Terra onde as placas tectônicas se encontram. Durante décadas, os geofísicos acreditaram que os terremotos ocorriam quando o estresse acumulado nas falhas resultava em uma rápida ruptura, liberando pressão em um evento conhecido como stick-slip. No entanto, Tsai e sua equipe sugerem que a complexidade geométrica das falhas, incluindo curvas e lacunas, pode ser mais determinante. “Ao invés de focar no atrito, nossas descobertas indicam que a geometria das falhas pode ser mais relevante. O estudo utilizou modelagem matemática e dados de zonas de falha na Califórnia, incluindo a famosa falha de San Andreas.

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Os pesquisadores ilustram sua teoria comparando as falhas geológicas a bordas de serras: falhas com “dentes” menos afiados permitem um deslizamento suave das placas tectônicas, enquanto falhas com estruturas mais complexas tendem a ficar presas, acumulando pressão e eventualmente causando terremotos. Estudos anteriores já sugeriam que a geometria das falhas poderia influenciar a magnitude dos terremotos, especialmente em relação à geração de vibrações de alta frequência. A análise dos dados da Califórnia mostrou que falhas com geometria complexa geram movimentos de solo mais intensos e, portanto, terremotos mais fortes.

Os resultados deste estudo são promissores, especialmente porque a medição do alinhamento das falhas é mais simples do que medir as propriedades de atrito. Se validada, essa abordagem pode ser integrada aos modelos de previsão de terremotos no futuro. “A próxima etapa é aplicar este modelo a outras regiões além da Califórnia para verificar sua eficácia,” conclui Tsai. “Essa pode ser uma nova maneira de entender como os terremotos ocorrem.”

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