Ciência e Tecnologia

Pesquisadores Descobrem Nova Esperança para Tratamento de Distrofias Musculares Raras

Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade Duke estão revolucionando o estudo e tratamento das distrofias musculares raras, como a disferlinopatia, através de uma inovadora técnica de cultivo de tecido muscular em laboratório. Essa abordagem complexa cria uma plataforma que replica fielmente os sintomas dos pacientes, oferecendo insights cruciais para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. Publicado recentemente na revista Advanced Science, o estudo pioneiro revelou os mecanismos biológicos subjacentes à perda de mobilidade característica da LGMD2B, um distúrbio que afeta apenas oito indivíduos por milhão em todo o mundo. Ao contrário de outras formas mais conhecidas de distrofia muscular, como a de Duchenne, a LGMD2B se manifesta mais tarde na vida e apresenta sintomas graves, exigindo frequentemente o uso de cadeira de rodas.

A causa reside em um distúrbio genético que impede a produção adequada da proteína disferlina, essencial para diversas funções musculares, incluindo a regulação do cálcio e a integridade da membrana celular. A ausência dessa proteína leva a uma acumulação de gordura nas fibras musculares, resultando em degeneração progressiva. Para superar os desafios dos modelos animais, que não reproduzem fielmente os sintomas observados em humanos, os pesquisadores desenvolveram um método inovador usando células-tronco pluripotentes induzidas (IPSCs). Estas foram derivadas de pacientes com LGMD2B, permitindo o cultivo de fibras musculares em laboratório que replicam com precisão as condições observadas nos pacientes reais.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

Os resultados do estudo revelaram que a fraqueza muscular característica da doença não é apenas devido a deficiências estruturais ou tamanho muscular, mas sim a vazamentos no manejo do cálcio dentro das células musculares. Além disso, descobriu-se que a disferlina desempenha um papel crucial na capacidade das células musculares de reparar danos e de metabolizar ácidos graxos para produção de energia. Um aspecto promissor do estudo foi a identificação de dois candidatos a medicamentos, dantroleno e vamorolone, que mostraram potencial para tratar os sintomas.

Estes compostos foram capazes de restaurar parte significativa da força muscular e ajudar na reparação da membrana celular, embora tenham mostrado limitações na redução completa da gordura acumulada e na eficiência da queima de gorduras. Para o futuro, os pesquisadores planejam expandir sua plataforma para incluir células imunológicas e de gordura, visando uma compreensão mais abrangente dos mecanismos por trás da doença e o desenvolvimento de novas terapias. Este avanço não só promete melhorar a qualidade de vida dos pacientes com LGMD2B, mas também lançar luz sobre outras distrofias musculares complexas e suas interações celulares.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile