Ciência e Tecnologia

Novo Estudo Revela Dois Defeitos Celulares Cruciais no Desenvolvimento do Lúpus

Foto: Divulgação

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### Cientistas Identificam Causa do Lúpus e Propõem Potencial Tratamento

**Dois Defeitos Celulares Revelam Caminho para Cura do Lúpus**

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Pesquisadores da Northwestern Medicine e do Brigham and Women’s Hospital descobriram um defeito molecular que desencadeia a resposta imune patológica no lúpus eritematoso sistêmico (LES), mais conhecido como lúpus. Essa descoberta abre caminho para um tratamento potencial que pode reverter a doença sem os efeitos colaterais das terapias atuais. O lúpus, uma doença autoimune crônica, afeta mais de 1,5 milhão de pessoas nos Estados Unidos e pode causar danos fatais a órgãos vitais, como rins, cérebro e coração.

Até este estudo inovador, as causas do lúpus permaneciam obscuras. Os tratamentos disponíveis muitas vezes são ineficazes e possuem efeitos adversos, incluindo a supressão do sistema imunológico, o que reduz a capacidade do corpo de combater infecções. O Dr. Jaehyuk Choi, professor associado de dermatologia na Feinberg School of Medicine da Northwestern University e dermatologista da Northwestern Medicine, destaca a importância dessa descoberta: “Até aqui, toda terapia para lúpus é um instrumento contundente. É uma imunossupressão ampla. Ao identificar uma causa para essa doença, encontramos uma cura potencial que não terá os efeitos colaterais das terapias atuais.”

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### Descobrindo o Mecanismo Molecular

O estudo, que será publicado na prestigiada revista Nature em 10 de julho de 2024, detalha um novo caminho que impulsiona a doença no lúpus. Os pesquisadores identificaram alterações em várias moléculas presentes no sangue de pacientes com lúpus. Essas alterações culminam na ativação insuficiente de uma via controlada pelo receptor de aril hidrocarboneto (AHR). Este receptor é responsável por regular a resposta das células a poluentes ambientais, bactérias e metabólitos.

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A falha na ativação da AHR resulta na proliferação de células imunes promotoras de doenças, conhecidas como células auxiliares periféricas T, que promovem a produção de autoanticorpos prejudiciais. “Identificamos um desequilíbrio fundamental nas respostas imunológicas dos pacientes com lúpus e definimos mediadores específicos que podem corrigir esse desequilíbrio para mitigar a resposta autoimune patológica,” explica o Dr. Deepak Rao, professor assistente de medicina na Harvard Medical School e reumatologista no Brigham and Women’s Hospital, além de codiretor do Centro de Perfil Celular da instituição.

### Revertendo o Defeito Molecular

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Para testar a viabilidade terapêutica desta descoberta, os cientistas reintroduziram moléculas ativadoras do receptor de aril hidrocarboneto em amostras de sangue de pacientes com lúpus. Este processo pareceu reprogramar as células causadoras do lúpus em células Th22, que podem promover a cicatrização de feridas causadas pela doença autoimune. “Descobrimos que, se ativarmos a via AHR com ativadores de moléculas pequenas ou limitarmos o interferon excessivamente patológico no sangue, podemos reduzir o número dessas células causadoras de doenças,” afirma Choi. “Se esses efeitos forem duráveis, isso pode representar uma cura potencial.”

### Próximos Passos

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Choi, Rao e sua equipe estão agora focados em desenvolver métodos seguros e eficazes para administrar essas moléculas aos pacientes. Este avanço pode revolucionar o tratamento do lúpus, oferecendo esperança a milhões de pessoas que sofrem com a doença. O artigo, intitulado “Interferon subverte um eixo AHR-JUN para promover células T CXCL13+ no lúpus,” detalha os achados e abre uma nova perspectiva para o tratamento do lúpus, visando a modulação precisa da resposta imunológica sem os graves efeitos colaterais das terapias atuais.

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