**Retrato vívido de galáxias interagindo marca o segundo aniversário do telescópio James Webb**
Em comemoração ao segundo aniversário científico do Telescópio Espacial James Webb, da NASA, uma imagem impressionante de uma dupla de galáxias em interação foi revelada. O Webb, desde seu lançamento, tem feito observações constantes, fornecendo imagens detalhadas e dados espectrais que têm revolucionado a astronomia, e continua a desvendar os mistérios do universo”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson. Ele destacou que as capacidades do telescópio estão proporcionando uma nova visão sobre o cosmos e inspirando futuras gerações de cientistas.
A imagem destaca as galáxias Arp 142, localizadas a 326 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Hydra. O telescópio Webb, especializado em captar luz infravermelha, revelou detalhes nunca antes vistos dessas galáxias, evidenciando sua interação contínua. Essas galáxias, conhecidas individualmente como NGC 2936 (o Pinguim) e NGC 2937 (o Ovo), estão em uma lenta dança cósmica, um processo que começou entre 25 e 75 milhões de anos atrás. Mark Clampin, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA, ressaltou o impacto das descobertas do Webb:
“Em apenas dois anos, ele transformou nossa visão do universo, permitindo o tipo de ciência de classe mundial que levou a NASA a tornar essa missão uma realidade.” A imagem revela uma mistura de estrelas e gás, mostrando o Pinguim com uma forma espiral distorcida devido à interação com o Ovo, que permanece compacta como uma galáxia elíptica cheia de estrelas envelhecidas. As observações combinam luz infravermelha próxima e média capturada pelos instrumentos NIRCam e MIRI do Webb, evidenciando as áreas de formação estelar nas galáxias.
Essa interação entre o Pinguim e o Ovo, que eventualmente se fundirão em uma única galáxia, é um espetáculo de forças gravitacionais que resulta na formação de novas estrelas. As “penas” da cauda do Pinguim, onde o gás e a poeira foram puxados, brilham com estrelas recém-formadas, enquanto o Ovo, devido à sua natureza elíptica, permanece relativamente inalterado. A imagem não só proporciona uma visão detalhada dessas galáxias, mas também transborda de galáxias distantes, mostrando a sensibilidade e resolução dos instrumentos infravermelhos do telescópio.
Galáxias muito mais distantes e empoeiradas foram reveladas, algo que telescópios anteriores não conseguiram captar com tanta clareza. Para contextualizar a proximidade dessas galáxias em interação, elas estão a cerca de 100 mil anos-luz de distância uma da outra, um contraste com os 2,5 milhões de anos-luz que separam a Via Láctea da galáxia de Andrômeda, que também irão interagir no futuro, mas não por cerca de 4 bilhões de anos. Em um canto da imagem, outra galáxia de borda, catalogada como PGC 1237172, é visível.
Ela está 100 milhões de anos-luz mais próxima da Terra e é repleta de novas estrelas azuis. Curiosamente, ao mudar para a imagem somente de infravermelho médio, essa galáxia praticamente desaparece, mostrando a predominância de estrelas jovens que não emitem tanta luz infravermelha média. O Telescópio Espacial James Webb, com suas capacidades excepcionais, continua a expandir nossa compreensão do universo, abrindo novas fronteiras para a ciência e inspirando um futuro de descobertas astronômicas.