Este é o segundo ano consecutivo de redução na produção científica brasileira. De 2021 para 2022, a queda foi ainda maior, atingindo 8,5%, conforme dados recalculados apresentados na última edição do relatório. Inicialmente, a diminuição havia sido registrada em 7,4%.
Com o novo resultado, o número de artigos publicados em 2022 retorna a níveis próximos aos de 2019, antes da pandemia de COVID-19. Em dois anos, o número de publicações caiu de 80,5 mil para menos de 69 mil. Os dados são coletados desde 1996, e antes das recentes quedas, a produção científica no Brasil havia crescido de forma constante por 25 anos.
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Dante Cid, vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier, destacou que “o volume de publicação de artigos de um país reflete, entre outros fatores, o volume de investimento feito em pesquisa científica alguns anos atrás, indicando efeitos de médio, e não de curto prazo.”
No ano passado, o governo federal aumentou em 40% os valores das bolsas de mestrado e doutorado, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) liberou mais de R$ 10 bilhões. A expectativa é de que o fundo financie R$ 12 bilhões em pesquisa este ano.
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O volume de artigos é considerado um indicador do trabalho dos cientistas, permitindo o escrutínio dos resultados pelos pares. Conforme nota da editora, “perder ritmo de produção científica significa produzir menos conhecimento e menos soluções para questões como tratamento de doenças, melhorias na agropecuária ou enfrentamento de questões sociais como a violência urbana.”
A área de ciências médicas foi a mais afetada, com uma redução de 10% na publicação de artigos em 2023. Entre 31 instituições de pesquisa de destaque, apenas duas, as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF) e de Pernambuco (UFPE), não registraram queda na produção científica.
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O Brasil não foi o único país a ver uma redução na produção científica em 2023, mas a queda foi maior do que em outros países de desenvolvimento semelhante, como México, África do Sul e Argentina, e também maior do que em nações com níveis científicos e tecnológicos mais avançados, como Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.