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A sexualidade humana é um campo vasto e, muitas vezes, misterioso. Em um mundo onde certos tópicos ainda são considerados tabus, um professor se destaca ao trazer à tona as fantasias sexuais mais profundas e sombrias que, por vezes, são evitadas pela sociedade. O professor Mark Griffiths, especialista em Dependência Comportamental da Universidade Nottingham Trent, está desafiando convenções ao discutir as parafilias, um termo que descreve formas incomuns de expressão sexual.
O Que São Parafilias?
Em sua análise, publicada na revista The Conversation, Griffiths explica que as parafilias são tipos de expressão sexual pouco comuns, muitas vezes descritas como desvios ou perversões sexuais. Elas são tipicamente acompanhadas por uma excitação sexual intensa a estímulos não convencionais ou não sexuais, como enema (klismafilia), estátuas (agalmatofilia), dentes (odontofilia) e até vômito (emetofilia). Apesar de serem estranhas ou socialmente inaceitáveis para a maioria das pessoas, Griffiths argumenta que essas práticas devem ser estudadas com seriedade pela ciência, visto que há uma necessidade urgente de mais pesquisas sobre comportamentos sexuais incomuns.
Cinco Parafilias Mais Inusitadas Encontadas por Griffiths
O professor compartilhou algumas das parafilias mais incomuns que ele encontrou ao longo de sua carreira, abordando desde fantasias com canibalismo até fetiches por arrotos. Confira abaixo algumas das mais intrigantes.
- Vorarefilia (Fetiche por Canibalismo)
A vorarefilia é uma parafilia onde a excitação sexual é gerada pela ideia de ser devorado, devorar outra pessoa ou observar esse processo. Griffiths cita o caso de Armin Meiwes, que foi condenado por matar e comer um homem após um anúncio na internet. Embora essa prática seja ilegal, o professor ressalta que muitas parafilias não causam problemas psicológicos ou comportamentais quando envolvem adultos consentes. - Dacrifilia (Fetiche por Lágrimas)
A dacrifilia envolve a excitação sexual ao ver alguém chorar. Existem três formas principais dessa parafilia: a compaixão, onde a excitação vem de confortar o choroso; a dominante ou submissa, onde a excitação vem de causar lágrimas ou de ser feito chorar por um parceiro; e a dacrifilia do “lábio enrolado”, onde a excitação vem da expressão do lábio inferior ao chorar. - Eproctofilia (Fetiche por Peidos)
Embora a maioria das pessoas ria de um peido, para alguns, esse som pode ser altamente excitante, o que é conhecido como eproctofilia. Griffiths relata o caso de Brad, um homem de Illinois que desenvolveu esse fetiche desde a adolescência, quando começou a se excitar com os peidos de uma colega de classe. - Apotemnofilia (Fetiche por Amputação)
A apotemnofilia é a excitação sexual provocada pela fantasia ou realidade de estar com um amputado. Para alguns, esse fetiche pode levar ao desejo obsessivo de convencer um cirurgião a realizar uma amputação médica desnecessária, embora a maioria dos casos envolva apenas a excitação pela amputação já realizada. - Salirofília (Fetiche por Sujar ou Bagunçar o Corpo de Outra Pessoa)
A salirofília é a excitação sexual causada por sujar ou desarrumar alguém atraente. Isso pode incluir danificar suas roupas, cobri-las de lama ou bagunçar o cabelo ou a maquiagem da pessoa. Um dos casos mencionados por Griffiths envolve um homem de 58 anos que desenvolveu esse fetiche após assistir ao programa Fear Factor, onde os participantes realizam tarefas repulsivas, como comer comida podre ou se submeter a líquidos fétidos.
A Diferença entre Fetiches e Kinks
Embora as parafilias sejam um foco de estudo para Griffiths, ele também discute a diferença entre fetiches e kinks. Um kink é algo que excita uma pessoa, mas não é necessário em todas as relações sexuais. Já o fetiche é uma prática ou objeto que é quase sempre necessário para a excitação e satisfação sexual de uma pessoa.
Apesar de muitas dessas práticas parecerem bizarras ou até repulsivas para muitos, o professor Griffiths defende a importância do estudo e da compreensão dessas preferências sexuais. Ele também destaca que, embora algumas parafilias possam ser ilegais, a maioria delas não causa danos psicológicos ou comportamentais, desde que envolvam adultos que consintam nas práticas.
Se você quer saber mais sobre as parafilias, o professor Griffiths acaba de lançar um livro, Sexual Perversions and Paraphilias: An A-Z, onde ele explora essas e outras questões em maior profundidade.