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A Apple realizou uma retirada estratégica silenciosa do mercado de realidade aumentada e virtual, diminuindo a produção do seu headset Vision Pro, que custa US$ 3.500.
Um funcionário da fabricante chinesa Luxshare — contratada para realizar a montagem final do Vision Pro — revelou ao tabloide britânico DailyMail, que a gigante da tecnologia informou que a produção do produto pode ser “reduzida” até o final de novembro.
De acordo com essa fonte, a Luxshare já cortou pela metade a taxa de montagem, produzindo cerca de 1.000 unidades do Vision Pro por dia, comparado ao pico de 2.000 unidades diárias.
No entanto, o CEO da Apple, Tim Cook, manteve uma postura otimista, afirmando que os óculos de realidade aumentada de US$ 3.500 “não são um produto de massa”.
“Atualmente, é um produto para os primeiros adotantes”, disse Cook no mês passado, em uma entrevista extensa. “Pessoas que querem ter a tecnologia do amanhã hoje — é para elas. Felizmente, há pessoas suficientes nesse grupo, o que torna isso empolgante.”
De fato, analistas da Counterpoint Research estimam que a Apple vendeu apenas cerca de 370.000 unidades do Vision Pro nos três primeiros trimestres de 2024, números bem abaixo dos milhões de headsets Quest mais baratos vendidos pela Meta, sua rival.
Com a temporada de férias se aproximando rapidamente, os analistas não veem sinais de melhora, prevendo que apenas 50.000 unidades adicionais do Vision Pro serão vendidas ainda este ano.
Em contraste, a Meta, empresa mãe do Facebook, vendeu cerca de seis milhões de Quest 2 e aproximadamente três milhões de Quest 3 em seus primeiros três trimestres após o lançamento, segundo a Counterpoint. O Quest 3 custa US$ 500, milhares de dólares a menos que o Vision Pro.
“Obviamente, eu gostaria de vender mais”, disse Cook ao Wall Street Journal em outubro. “Eu sempre gostaria de vender mais de tudo”, explicou. “Porque, no final das contas, queremos que nossos produtos cheguem às mãos de tantas pessoas quanto possível.”
Cook, que também afirmou usar o Vision Pro futurista todos os dias, descreveu o lançamento do dispositivo como um sucesso, simplesmente por ter levado um primeiro produto ao mercado com o qual desenvolvedores de software e criadores de aplicativos podem trabalhar para criar novos produtos.
“Acho que é, sem dúvida, um sucesso hoje do ponto de vista de construção de ecossistemas”, disse Cook. “Com o tempo, tudo melhora”, acrescentou. “E ele também seguirá seu curso, ficando cada vez melhor.”
“Não acontece da noite para o dia”, observou Cook, comparando o lançamento do Vision Pro ao início do iPod, iPhone e AirPods. “Nenhum desses produtos foi assim.”
No entanto, ficou claro pelos planos revisados da empresa para um segundo modelo do Vision Pro, que houve decepção com as baixas vendas deste headset revolucionário — uma “console de computação espacial” destinada a substituir desktops e laptops.
Essa retirada foi relatada pela primeira vez em junho pelo The Information, que soube que a Apple estava mudando o foco para o desenvolvimento de um produto de óculos Vision mais acessível, com menos recursos, com o objetivo de lançar esse modelo mais barato até o final de 2025.
O desenvolvimento de uma verdadeira versão de segunda geração do headset de alto padrão, provisoriamente intitulado Vision Pro 2, foi suspenso, de acordo com o site de notícias tecnológicas.
Em outras partes da cadeia de suprimentos da Apple para o Vision Pro, alguns funcionários de fábricas relataram que a fabricação dos componentes internos do dispositivo já havia sido interrompida em maio.
Fontes anônimas de três fornecedores envolvidos na cadeia de produção da Apple informaram que foram construídas peças suficientes para a fabricação de entre 500.000 e 600.000 unidades do Vision Pro.
A Apple havia solicitado anteriormente a um de seus fornecedores que se preparasse para uma carga de produção de componentes necessários para aproximadamente 8 milhões de unidades do Vision Pro ao longo de sua vida útil, segundo o The Information.
“Originalmente, o Macintosh era um produto de tecnologia de consumo de US$ 7.000 (em valores atuais) que meio que mudou o mundo”, argumentou um fã, proprietário do Vision Pro. “Tinha pouca memória, espaço insuficiente no seu único disquete de 400 KB e não decolou realmente até a introdução da LaserWriter”, acrescentou. “Agora, veja.”
“Eu tive a mesma sensação com o Vision Pro que tive com aquele primeiro Mac limitado.”