Ciência e Tecnologia

Nova teoria desafia o modelo tradicional da formação da Lua

(Pixabay)

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Embora seja o vizinho mais próximo da Terra, a origem da Lua tem sido um mistério que cientistas tentam desvendar há centenas de anos. Desde a década de 1980, a maioria dos especialistas acreditava que nosso satélite lunar teria se formado após uma explosiva colisão com o protoplaneta Theia, logo após o surgimento do nosso planeta. No entanto, um novo estudo sugere que essa teoria da “colisão” pode não ser correta.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State) propõem uma explicação radical: em vez de uma colisão, a Terra pode ter capturado a Lua enquanto ela passava por perto, em um processo conhecido como captura por troca binária.

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De acordo com a nova teoria, a Lua teria começado sua trajetória como parte de um “binário terrestre”, um par de objetos rochosos que orbitavam um ao outro. Quando esse par passou dentro da influência gravitacional da Terra, a Lua foi puxada para a órbita do nosso planeta, enquanto o outro corpo foi ejetado para o espaço.

O professor Darren Williams, líder do estudo, afirmou: “Ninguém sabe como a Lua foi formada. Nos últimos 40 anos, tivemos uma única possibilidade de explicação. Agora, temos duas.”

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Em 1984, cientistas se reuniram na Conferência de Kona, no Havai, para discutir a origem da Lua. Usando amostras lunares trazidas pelas missões Apollo da NASA, eles descobriram que a Lua tem uma composição química semelhante, mas não idêntica, à da Terra. Com base nessa evidência, chegaram à conclusão de que a Lua teria se formado a partir de detritos liberados por uma colisão com um corpo celeste que atingiu a Terra jovem.

Essa teoria foi popular porque se encaixava bem com o que sabíamos sobre a composição química da Lua, mas não explicava todos os detalhes. Por exemplo, a órbita da Lua é inclinada em cerca de sete graus em relação ao plano equatorial da Terra, algo que não se explicaria facilmente se a Lua fosse formada a partir de um anel de detritos que se condensaram para formar uma esfera.

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Foi aí que a teoria da captura por troca binária foi proposta. Segundo os pesquisadores, a Terra pode ter “capturado” um dos corpos de um par binário de objetos rochosos que passavam por perto. Williams aponta o exemplo de Tritão, a maior lua de Netuno, que se acredita ter sido capturada pelo planeta vindo do Cinturão de Kuiper, onde muitos objetos podem ser pares binários. Assim como a Lua, Tritão tem uma órbita inclinada em 67 graus em relação ao equador de Netuno.

Em apoio a essa ideia, os pesquisadores calcularam que a Terra poderia ter capturado um objeto com entre 1% e 10% de sua massa total, o que se encaixa bem com o tamanho da Lua, que representa cerca de 1,2% da massa da Terra.

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O estudo também considera como a órbita da Lua evoluiu ao longo do tempo. Inicialmente, sua órbita seria muito elíptica, como a de um cometa, mas, devido à força das marés da Terra, essa órbita teria se suavizado e se tornado mais circular ao longo de milhares de anos. Hoje, a Lua está se afastando da Terra a uma taxa de cerca de 3 cm por ano.

Embora a teoria da captura por troca binária apresente várias vantagens, como explicar a inclinação da órbita da Lua e a presença de certos isótopos químicos encontrados nela, os pesquisadores admitem que essa explicação é difícil de provar. A teoria depende de eventos improváveis ocorrendo simultaneamente, o que torna a evidência ainda mais difícil de ser confirmada.

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Apesar disso, o professor Williams defende que a captura por troca binária é uma alternativa viável à teoria tradicional da colisão, que merece ser mais investigada. Ele também sugere que os binários planetários podem ter sido mais comuns no início do sistema solar e poderiam ter levado à formação da Lua.

Esse novo estudo abre um leque de novas questões e oportunidades para investigações futuras sobre como nosso satélite natural surgiu e sua relação com a Terra.

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