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Em uma madrugada de alta volatilidade, o Bitcoin superou brevemente a marca dos US$ 89 mil no início do pregão asiático, antes de recuar para cerca de US$ 87 mil. Conforme reportado pela CoinDesk, essa movimentação abrupta gerou liquidações de contratos futuros que superaram US$ 600 milhões, afetando tanto posições de compra quanto de venda. Essa oscilação acentuada no preço do ativo digital não era vista desde abril, quando o Bitcoin ultrapassou seu recorde anterior de US$ 73 mil.
A maior criptomoeda do mundo expandiu seus ganhos dos últimos sete dias para mais de 32%, atingindo um pico intradiário de US$ 89.599. Esse avanço coincide com a vitória do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu uma abordagem mais amigável para a regulamentação dos ativos digitais. Esse posicionamento contrasta com a administração anterior, renovando o otimismo do mercado cripto.
O recente impulso fez com que o valor total de mercado das criptomoedas ultrapassasse os US$ 3,1 trilhões, segundo o CoinGecko. Analistas, como Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, descreveram o Bitcoin como estando em “modo fera”, sugerindo que traders ainda não posicionados ficam em dúvida entre acompanhar o ativo ou esperar uma correção.
No embalo, a Dogecoin (DOGE) também registrou alta significativa de mais de 40%, sendo negociada próxima dos 41 centavos de dólar. A valorização é atribuída à proximidade de Trump com Elon Musk, defensor da DOGE, e à recente onda especulativa do mercado pós-eleições.
Os contratos futuros de Bitcoin e Ether na plataforma CME Group atingiram recordes históricos em termos de interesse aberto, indicando crescente participação de investidores institucionais no mercado. Esse cenário fortalece o movimento de alta nos preços. A MicroStrategy, maior detentora corporativa de Bitcoin fora do setor de ETFs, adquiriu recentemente cerca de 27.200 BTC por um valor aproximado de US$ 2 bilhões, entre 31 de outubro e 10 de novembro.
Contudo, a volatilidade também resultou em perdas substanciais. O mercado de futuros de criptomoedas registrou quase US$ 700 milhões em liquidações, afetando investidores tanto otimistas quanto pessimistas. Deste montante, cerca de US$ 380 milhões foram referentes a posições de venda e US$ 290 milhões a posições de compra.
Outras altcoins, como Solana (SOL) e Aptos (APT), também tiveram perdas significativas no mercado de futuros, com liquidações que ultrapassaram os US$ 25 milhões para cada ativo. Esses números, superiores aos habituais, indicam uma volta acelerada de apostas de risco elevado.
A expectativa de que Trump estabeleça um “estoque estratégico de Bitcoin” e promova a mineração da criptomoeda nos EUA impulsionou a confiança no mercado, contrastando com a postura mais restritiva do governo de Joe Biden.
Além disso, as apostas no mercado de opções apontam que vários operadores acreditam que o Bitcoin pode ultrapassar os US$ 100 mil até o final do ano, segundo dados da plataforma Deribit. Esse otimismo é sustentado pela aprovação recente de ETFs de Bitcoin nos EUA e pelos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, que incentivaram a entrada de capital em ativos digitais.
A euforia com o Bitcoin também se refletiu no aumento do volume de negociações do iShares Bitcoin Trust da BlackRock, que atingiu um recorde de US$ 39 bilhões em transações. Apesar do otimismo, analistas como Katie Stockton, da Fairlead Strategies LLC, recomendam cautela, sugerindo uma postura de “neutralidade” a curto prazo após a alta acentuada.
Às 8 da manhã, horário de Brasília, o Bitcoin era negociado a US$ 86.908,84, de acordo com o CoinMarketCap, mantendo-se em níveis elevados após o salto do final de semana. Os investidores seguem atentos à evolução do preço e às futuras políticas do novo presidente dos EUA para o setor cripto.