Curiosidades

Reintrodução de Lobos na Ilha Royale Revela Impactos Temporários em Carnívoros e Influência Humana

Foto: Divulgação

Em uma rara oportunidade de estudo, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison investigaram os efeitos da reintrodução de lobos na Ilha Royale sobre outros carnívoros e a influência humana nesse ecossistema isolado. Publicado na revista Frontiers in Ecology and the Environment, o estudo revelou que os efeitos dos lobos em raposas e martas foram temporários e que a presença humana teve um impacto significativo nas dinâmicas dos carnívoros.

Os lobos, reintroduzidos na ilha em 2019 após quase desaparecerem devido à endogamia, provocaram mudanças imediatas no comportamento de raposas e martas. Utilizando DNA extraído de fezes e pelos, os pesquisadores mapearam as áreas de habitação e dietas desses carnívoros antes e após a chegada dos lobos. Durante o primeiro ano da reintrodução, as raposas evitaram as florestas densas e se aproximaram dos acampamentos humanos, enquanto as martas expandiram sua distribuição e aumentaram em número.

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Os resultados foram classificados em três fases: ausência, estabelecimento e coalescência. Na fase de ausência, antes da reintrodução dos lobos, raposas e martas ocupavam territórios distintos. No período de estabelecimento, sem territórios claros definidos pelos lobos, as raposas se afastaram das áreas densamente florestadas, permitindo que as martas se espalhassem. Com a formação de matilhas e territórios definidos pelos lobos em 2020, os efeitos sobre raposas e martas diminuíram, e ambos os carnívoros retomaram padrões semelhantes aos observados na fase de ausência. Os pesquisadores destacaram a influência inesperada dos humanos, mesmo na Ilha Royale, considerada uma das áreas selvagens mais imaculadas dos EUA.

As raposas, por exemplo, passaram a depender mais da comida trazida pelos visitantes, o que alterou suas interações naturais. Segundo Jonathan Pauli, professor de ecologia de florestas e vida selvagem da UW-Madison, a reintrodução de espécies é uma ferramenta crucial para restaurar ecossistemas, mas pode gerar efeitos imprevistos. A parceria com o Serviço Nacional de Parques permitiu uma compreensão aprofundada dessas interações, fornecendo dados valiosos para futuras iniciativas de reintrodução e para a gestão do Parque Nacional da Ilha Royale, visando melhorar a experiência dos visitantes e preservar a natureza selvagem da região.

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