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Além de Alexandre Frota (SP), expulso nesta terça-feira, 13, do PSL, mais dois dos 54 deputados estão ameaçados de ter de deixar o partido. Nos casos de Bibo Nunes (RS) e Alê Silva (MG), porém, a rixa é com o presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), e não com o presidente Jair Bolsonaro.
Nunes e Alê defendem a renovação no comando da legenda em novembro, com a eleição de um nome alternativo a Bivar, e dizem que estão sofrendo retaliação. Nas últimas semanas, os parlamentares perderam os cargos que desempenhavam em nome do PSL no Legislativo e entraram em atrito com os dirigentes locais do partido no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. O roteiro é semelhante ao que ocorreu com Frota, que também perdeu posições no Congresso e se desgastou com a direção do partido em São Paulo – a cargo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
O parlamentar do Rio Grande do Sul foi destituído das comissões de Turismo e de Ciência e Tecnologia. Também renunciou à vice-liderança do PSL, antecipando-se à uma decisão do partido. O embate ecoa uma disputa de forças no diretório da sigla em seu Estado, hoje nas mãos do deputado Nereu Crispim (PSL-RS). Ao cobrar Bivar, Nunes relatou que recebeu um xingamento por mensagem: “Vai tomar no cú”.
Para se antecipar a um processo interno, Nunes usou o xingamento para entrar com uma reclamação contra Bivar no conselho de ética do PSL, embora não tenha esperança de que o dirigente seja punido. “É tudo gente dele”, afirmou o deputado gaúcho. “Esse é o nível de um coronel. Eu quero uma eleição no partido, em que ele está há 21 anos. A solução no PSL é o Bolsonaro retomar o comando do partido, eu vou falar isso com ele.”
‘Laranja’
Bivar também retirou Alê Silva da Comissão de Finanças e Tributação, depois de ela ter faltado a uma sessão de discussão da reforma da Previdência – a deputada afirmou que sofreu um acidente e que apresentou atestado médico. Ela havia denunciado um suposto uso de candidaturas falsas para desvio de verbas eleitorais, o que levou à abertura de investigações que envolvem o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, deputado licenciado por MG, e o próprio Bivar.
“Quem é ele (Bivar) para me castigar por uma ausência sendo que ele é dos que mais têm ausência na Casa? Eu entendi que ele me retaliou na comissão por eu ter feito as denúncias do ‘laranjal’ em Minas Gerais, que acabou por atingi-lo”, disse Alê Silva. “Se me expulsarem do partido, não importa. Continuo meu trabalho aqui dentro defendendo as pautas do governo. Sou leal ao Bolsonaro.”
Já a saída forçada de Frota foi provocada por embates com o presidente e seus filhos, entre eles, as críticas feitas à indicação de Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Por Agência Estado