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Apesar de cinco pedidos de abertura de CPIs estarem prontos para serem analisados na Câmara, não é prioridade da Casa tirar alguma delas do papel. A avaliação, na cúpula dirigente, é de que o objeto das comissões possui pouco “apelo político” e muito “apelo popular”. Em ano de reformas e de eleições, elas podem tumultuar o ambiente. As primeiras da fila tratam do aumento das passagens aéreas, as demais querem investigar pirâmides financeiras, relações entre Brasil e Cuba durante governos petistas e variações na conta de luz dos brasileiros.
Na avaliação de parlamentares, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também não querer arriscar com novas comissões que possam tirar o foco da CPI mista das Fake News, a de maior periculosidade para o governo. Procurado, por meio de sua assessoria, o presidente da Câmara disse que vai avaliar as CPIs na volta do recesso legislativo.
No caso da CPI Brasil-Cuba, a autora do requerimento, Paula Belmonte (Cidadania-DF), tem como alvo contratos entre os dois países e também acordos como o Mais Médicos. “Há muitas coisas obscuras nessa relação estabelecida nos governos do PT, como no caso do Porto de Mariel”, diz ela.
Membros da embaixada americana estiveram semana passada no gabinete da deputada interessados na instalação da CPI. Cubanos radicados nos EUA processaram o Brasil e a Opas por trabalho escravo no Mais Médicos.
Os autores das CPIs que tratam das passagens aéreas vão pedir a Maia para instalá-las neste ano, condensando-as em apenas umas. Apesar de as comissões terem apoio de quase 200 deputados, líderes avaliam que o assunto não é objeto para uma CPI.
Para a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), as duas CPIs surgiram como reação de parlamentares das regiões em que a saída da Avianca do mercado reduziu em até 13% a oferta de assentos nas aeronaves.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, afirma que essa queda na oferta já foi resolvida porque outras empresas assumiram os voos e trajetos da Avianca. Para ele não há motivo para a instalação das comissões de inquérito.
Por O Estadão