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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou neste sábado (5) que o governo também vai oferecer material didático impresso para os alunos da rede estadual. A decisão foi tomada após críticas ao plano de adotar conteúdo 100% digital nas aulas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio nas escolas paulistas.
Segundo Tarcísio, o governo tem mais de 6.000 aulas preparadas e o material digital garantiria o acesso ao mesmo conteúdo em todas as regiões do estado.
“Nós vamos encadernar esse material e entregar ele também impresso, encadernado. Ou seja, se o aluno quiser estudar digitalmente ele vai poder, se ele quiser estudar no conteúdo impresso, no caderno, ele também vai ter essa opção. As duas opções vão estar disponíveis”, Tarcísio durante visita a Biritiba Mirim, no Alto Tietê.
“Tudo vira polêmica… Acho que as coisas às vezes são mal comunicadas por nós mesmos. O que acontece: ao longo desse ano, a gente fez um esforço muito grande de criar conteúdo digital. São aulas digitais, são mais de 6 mil aulas preparadas. Qual o objetivo disso: primeiro, facilitar o esforço do professor e também uniformizar, padronizar. Então isso vai garantir que um aluno que está na ponta do Vale do Paraíba vai ter o mesmo conteúdo que será ministrado aqui no Alto Tietê, no Vale do Ribeira, no Oeste do Estado, no Pontal do Paranapanema, na cidade de São Paulo”, disse o governador.
“E aí, você vem com o material didático que tem que ser compatível com essas aulas que estão sendo elaboradas que possam aprofundar o conteúdo, de exercícios e dê capacidade de treinamento. A gente tem que fechar um ciclo. A aula digital que vai ser ministrada em todas as escolas, um material didático que tem que ser coerente com essa aula que será ministrada, a tarefa de casa eletrônica que vai ser uma forma de estar acompanhando se o aluno está estudando no horário extraclasse e a Prova Paulista”, acrescentou Tarcísio.
A Secretaria da Educação do Estado havia anunciado na terça-feira (1º) que o material didático de São Paulo passaria a ser 100% digital a partir de 2024 para alunos do 6º ao 9º ano. A gestão estadual abriria mão de 10 milhões de livros. No lugar, a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) vai implementar material próprio, exclusivamente digital, para os estudantes a partir do 6° ano. Isto é, não haverá livros impressos para o ensino fundamental 2 nem para o ensino médio.
Na última quinta-feira (3), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil para investigar a decisão do governo Tarcísio de recusar livros didáticos nas escolas estaduais a partir do 6º ano. A gestão estadual optou por abrir mão de R$ 120 milhões que teria direito de receber pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC).
A promotora também questionou a falta de debate prévio com as comunidades escolares e o Conselho Estadual de Educação sobre o efeito da não adesão ao programa do MEC.
Segundo Cassiano, também é importante analisar os possíveis impactos negativos do uso excessivo da tecnologia nos processos educacionais. “A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a limitação do uso de telas para crianças de 11 anos ao máximo de uma ou duas horas diárias e, para adolescentes, de duas a três horas diárias”, afirma.
O MPSP deu o prazo de dez dias à Seduc para que esclareça 12 pontos levantados pela promotora.