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A apuração de mais de 98% dos votos nas eleições legislativas portuguesas de domingo (4) indica a vitória da Aliança Democrática (AD), de centro-direita, com uma ligeira vantagem sobre o Partido Socialista (PS), de esquerda. O Chega, de direita, emerge como grande vencedor, mais do que dobrando sua representação no Parlamento.
Os resultados mostram uma redução significativa no grupo parlamentar do PS. Por outro lado, o Chega mais do que dobrou sua votação e número de mandatos. O Livre conseguiu formar um grupo parlamentar e o CDS-PP retornou ao parlamento.
AD
O secretário-geral do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, ressaltou “um dos piores resultados de sempre da esquerda”. Em linha com a posição de Luís Montenegro, o vice-presidente Paulo Rangel enfatizou que “quem ganhou deve formar governo” e que o governo anterior “caiu devido à sua própria fragilidade”.
Já o ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, analisou o resultado do Chega no espectro da direita, comparando-o “ao que aconteceu com o Partido Renovador Democrático e o PS” em 1985. “Um governo minoritário é um desafio tanto para o governo quanto para a oposição. O governo precisa ser competente e ter grande iniciativa até o primeiro orçamento”, destacou.
PS
O primeiro-ministro cessante, António Costa, reconheceu uma “descida muito significativa” na votação do PS, mas não vê “uma grande subida da AD” em comparação com 2022. Sobre a possibilidade de o PS viabilizar um governo de direita, ele preferiu não interferir na esfera de decisão do secretário-geral Pedro Nuno Santos.
“Há um aumento significativo do Chega. É fundamental analisarmos o que é estrutural e o que pode ser resultado de um quadro atípico em que as eleições ocorreram”, especialmente devido às “dúvidas judiciais” suscitadas pela Operação Influencer, acrescentou.
Na perspectiva do socialista João Torres, “um novo ciclo se inicia no PS”. O partido “não vai criar obstáculos constitucionais” a um governo da AD, mas não se compromete com a aprovação do primeiro orçamento.
O histórico socialista Manuel Alegre não hesitou em reconhecer a derrota. “O PS deve preparar-se para ser oposição. (…) Houve um desgaste natural de oito anos de governo e dois anos difíceis com inflação e guerra”, observou. Sem atribuir culpas a Pedro Nuno Santos, Manuel Alegre reiterou seu apoio ao secretário-geral. “Ele fez uma campanha extraordinária”, enfatizou.