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Sustentabilidade Tecnológica, Reciclagem Inovadora de Metais de Terras Raras Desenvolvido na Suiça

Foto: Divulgação

**Reciclagem de Metais de Terras Raras: Uma Solução Crucial para a Sustentabilidade Tecnológica**

Os metais de terras raras são elementos fundamentais para a economia moderna, embora o nome sugira escassez, eles são encontrados em diversos produtos eletrônicos e tecnológicos. Compostos por 17 elementos, como európio, neodímio e disprósio, esses metais são cruciais para o funcionamento de dispositivos como smartphones, computadores e turbinas eólicas. No entanto, a dependência quase total da Europa em relação às importações da China para essas matérias-primas estratégicas ressalta a vulnerabilidade econômica e a necessidade urgente de soluções sustentáveis de reciclagem.

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A extração convencional de metais de terras raras é notoriamente complexa e ambientalmente danosa. Os processos tradicionais envolvem múltiplas etapas de separação química intensiva, altamente energética e frequentemente poluidora. Além disso, a reciclagem desses metais na Europa tem sido historicamente negligenciada, resultando em uma taxa de recuperação extremamente baixa, abaixo de 1%. Esta realidade contrasta com a crescente quantidade de resíduos eletrônicos que poderiam servir como fonte valiosa de metais de terras raras.

Para enfrentar esse desafio, uma equipe de pesquisadores liderada por Victor Mougel, do Laboratório de Química Inorgânica da ETH Zurique, desenvolveu um método inovador para a reciclagem eficiente de metais de terras raras. Publicado recentemente na revista Nature Communications, o estudo apresenta um processo baseado em tetratiometalatos, moléculas inorgânicas que demonstraram propriedades redox únicas. Inspirados na natureza, esses compostos atuam como ligantes que facilitam a separação dos metais de terras raras de misturas complexas, permitindo uma recuperação mais eficiente, rápida e sustentável.

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O foco inicial do estudo foi no európio, um metal de terras raras utilizado historicamente em lâmpadas fluorescentes e telas de cristal líquido. Com o declínio na demanda por esses produtos, a reciclagem do európio tornou-se economicamente inviável pelos métodos tradicionais. No entanto, o novo método desenvolvido pelos pesquisadores suíços não só torna a reciclagem viável como também eficiente, com um aumento significativo na quantidade recuperada de európio em comparação com métodos anteriores.

Além de seu impacto ambiental positivo, a tecnologia também possui um potencial comercial significativo. Os pesquisadores já patentearam a tecnologia e estão em processo de fundação da startup REEcover para comercializá-la. A startup visa não apenas adaptar o processo para outros metais de terras raras, como neodímio e disprósio, encontrados em ímãs e essenciais para diversas aplicações industriais, mas também estabelecer uma presença no mercado global de reciclagem de metais estratégicos.

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No contexto europeu, a transformação de resíduos eletrônicos em fontes renováveis de metais de terras raras poderia não apenas reduzir a dependência de importações, mas também fortalecer a economia circular. Atualmente, a taxa de recuperação de metais raros na UE está significativamente abaixo do necessário para garantir a segurança de abastecimento a longo prazo. Portanto, investimentos em tecnologias de reciclagem inovadoras não só são ecologicamente necessários, mas também estratégicos para a sustentabilidade econômica e tecnológica da região.

Em resumo, ao priorizar a reciclagem sobre a extração mineral, esta abordagem não apenas preserva recursos preciosos e reduz impactos ambientais negativos, mas também oferece uma solução prática e econômica para enfrentar os desafios globais de abastecimento de metais estratégicos. A iniciativa dos pesquisadores suíços não só demonstra um avanço científico significativo, mas também promete transformar o paradigma atual de consumo e descarte de produtos tecnológicos, rumo a um futuro mais sustentável e resiliente.

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