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A formação atual dos médicos nos Estados Unidos carece de um foco adequado em nutrição, de acordo com um novo estudo da Universidade da Geórgia. Enquanto os cursos de medicina tradicionalmente enfatizam o peso e o índice de massa corporal (IMC) como indicadores-chave de saúde, pesquisadores argumentam que essa abordagem simplista pode ser prejudicial, perpetuando viés antiobesidade e ignorando outros determinantes importantes da saúde.
“O problema é que o IMC não é uma medida precisa de saúde”, explica Kearney Gunsalus, professor assistente da Augusta University. Estudos recentes mostram que muitas pessoas consideradas acima do peso pelo IMC são metabolicamente saudáveis, enquanto um número significativo de pessoas com IMC “saudável” pode apresentar riscos à saúde cardiometabólica, como pressão arterial elevada e resistência à insulina.
Os pesquisadores enfatizam que a saúde cardiometabólica, que engloba uma série de medidas como pressão arterial e níveis de colesterol, é um preditor mais confiável da saúde geral do que o simples peso corporal. No entanto, o treinamento médico atual continua a priorizar a perda de peso como solução universal para problemas de saúde, ignorando as complexidades individuais e biológicas.
Além disso, o viés antigordura pode influenciar negativamente a qualidade do atendimento médico. O estigma associado à obesidade pode levar os médicos a negligenciar sintomas sérios, atribuindo-os exclusivamente ao peso do paciente, o que pode resultar em diagnósticos errôneos e tratamentos inadequados. Para melhorar a educação médica em nutrição e promover melhores resultados de saúde, os pesquisadores sugerem uma abordagem mais empática e baseada em comportamentos saudáveis. Isso inclui incentivar hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos, sem estigmatizar o peso do paciente.
“A mudança na forma como os médicos abordam seus pacientes é essencial”, afirma a Dra. Ellen House, coautora do estudo. “Devemos focar na saúde em vez de simplesmente na perda de peso, reconhecendo que cada indivíduo tem necessidades únicas e que a saúde vai além do número na balança.” Essa reorientação nas conversas médicas poderia não apenas melhorar o bem-estar dos pacientes, mas também fortalecer a confiança no sistema de saúde, incentivando um maior engajamento com o cuidado preventivo e diagnósticos precoces.