Ciência e Tecnologia

Nova técnica genética promete cura definitiva para fibrose cística

Foto: Divulgação

A fibrose cística, uma das doenças genéticas mais prevalentes, é caracterizada pelo acúmulo de muco espesso nos pulmões e outras partes do corpo, resultando em problemas respiratórios e infecções. O tratamento atual, um coquetel de três medicamentos conhecido como Trikafta, desenvolvido em 2019, melhorou significativamente a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, o tratamento diário custa cerca de US$ 300.000 por ano e pode causar efeitos colaterais como catarata e danos ao fígado.

Pesquisadores do Broad Institute of MIT e Harvard e da Universidade de Iowa anunciaram uma nova abordagem de edição genética que corrige a mutação mais comum da fibrose cística, presente em 85% dos pacientes. Publicado na Nature Biomedical Engineering, o estudo demonstra que a técnica pode restaurar a função celular a níveis comparáveis ao Trikafta, com potencial para um tratamento único e com menos efeitos colaterais.

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A técnica utiliza a edição prime, uma forma avançada de edição genética capaz de fazer inserções, deleções e substituições de até centenas de pares de bases no genoma com precisão e menos subprodutos indesejados. Desenvolvida em 2019 pelo laboratório de David Liu, a edição prime mostrou-se eficaz em corrigir a mutação nas células pulmonares humanas.

“Estamos esperançosos de que o uso da edição prime para corrigir a causa predominante da fibrose cística possa levar a um tratamento único e permanente para esta doença grave”, afirmou Liu, autor sênior do estudo. Ele acrescentou que a estratégia desenvolvida para corrigir essa mutação desafiadora pode otimizar a edição prime para outras mutações causadoras de doenças devastadoras.

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O estudo, liderado pelo pesquisador de pós-doutorado Alex Sousa e pelo estudante de pós-graduação Colin Hemez, ambos do laboratório de Liu, focou na correção da mutação CTT no gene CFTR. Esta mutação impede os canais iônicos na membrana celular de funcionarem corretamente. A equipe combinou seis aprimoramentos tecnológicos para melhorar a eficiência da correção, incluindo melhorias nos RNAs do guia de edição e na própria proteína do editor prime, resultando na correção de cerca de 60% das deleções CTT em células pulmonares humanas.

Os próximos passos envolvem o desenvolvimento de métodos para empacotar e entregar a maquinaria de edição prime nas vias aéreas de camundongos e, eventualmente, humanos. Recentes avanços, como o uso de nanopartículas lipídicas que chegam aos pulmões em camundongos, são promissores para acelerar a tradução dessa abordagem para uso clínico.

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