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Descoberta inovadora: Biomarcador neural para TOC abre caminho para tratamento personalizado e monitoramento preciso
Cientistas do Baylor College of Medicine e do Texas Children’s Hospital identificam um biomarcador neural promissor para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), abrindo caminho para terapias personalizadas e monitoramento preciso do estado do paciente.
O estudo, publicado na Nature Medicine, acompanhou 12 indivíduos com TOC grave resistente ao tratamento que receberam terapia por Estimulação Cerebral Profunda (DBS). A DBS é uma abordagem terapêutica emergente para transtornos psiquiátricos graves, que utiliza impulsos elétricos para modular a atividade neural em regiões específicas do cérebro.
A principal descoberta reside na identificação de um padrão específico de atividade neural no estriado ventral, uma região cerebral crucial para o processamento de recompensas e tomada de decisões. Este padrão, medido na faixa de frequência entre 9Hz (borda-alfa) e 12Hz (alfa), demonstrou um ritmo circadiano proeminente que se alterou significativamente com a melhora dos sintomas do TOC após a DBS.
Antes da DBS, os pacientes apresentavam um padrão neural altamente previsível e periódico. Após a ativação da DBS, à medida que os sintomas melhoravam, essa previsibilidade diminuía. Os pesquisadores interpretam essa mudança como um reflexo da flexibilização comportamental e da expansão do repertório de respostas dos pacientes.
O Dr. Sameer Sheth, professor e vice-presidente de pesquisa do Departamento de Neurocirurgia da Baylor College of Medicine, destaca a relevância da descoberta: “Identificamos um biomarcador neurofisiológico que pode servir como um indicador confiável de melhorias no humor e comportamentos em pacientes com TOC após o tratamento com DBS. Isso abre caminho para transformar a forma como os pacientes são monitorados durante a terapia DBS.”
As implicações dessa pesquisa são promissoras:
- Monitoramento preciso do estado do paciente: O biomarcador neural pode auxiliar na otimização da terapia DBS, permitindo ajustes finos na estimulação e acompanhamento da resposta individualizada de cada paciente.
- Terapia personalizada: A individualização do tratamento pode levar a melhores resultados clínicos e reduzir os efeitos colaterais.
- Acessibilidade aprimorada: A desmistificação do processo de programação da DBS pode tornar a terapia mais acessível a um número maior de médicos e pacientes.
- Biomarcador para outros transtornos: A pesquisa abre portas para a investigação de biomarcadores semelhantes em outros transtornos neuropsiquiátricos.
O Dr. Wayne Goodman, professor e D. C. e Irene Ellwood Chair em Psiquiatria no Departamento Menninger de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Baylor College of Medicine, resume o impacto potencial: “Esses achados representam um passo significativo no sentido de tornar o tratamento do TOC mais eficaz, preciso e acessível. Estamos entusiasmados com o futuro dessa pesquisa e seu potencial para melhorar a vida de milhões de pessoas que sofrem com essa condição debilitante.”
Essa descoberta inovadora marca um avanço crucial na luta contra o TOC e abre caminho para um futuro mais promissor para os pacientes que buscam tratamento.