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Direto de Ouro Preto, em Minas Gerais, berço da Inconfidência Mineira e Patrimônio Cultural da Humanidade, o Governo Federal anunciou o Plano Nacional de Retomada do Turismo, construído em parceria com representantes do setor. O Plano organiza ações e foca em dois eixos: segurança para o Brasil retomar o turismo; e empregos para retomar a economia.
Uma das ações previstas no plano é o incentivo do turismo rodoviário no Brasil, com novas regulamentações e regras para o setor. O Governo Federal quer, por exemplo, elaborar um projeto para concessão de rodoviárias interestaduais, intermunicipais e urbanas de todo o país. A ideia é modernizar essas estruturas para melhor atender ao turista.
O Ministério do Turismo anunciou que deverá ser feita uma revisão na legislação da mobilidade turística e uma reestruturação turística nos parques nacionais e estaduais de todo o Brasil, por meio de concessões à iniciativa privada. O Plano Nacional de Retomada do Turismo também prevê um incentivo à participação de estados em eventos que proporcionem ou gerem negócios.
Para incentivar a retomada do setor, ainda neste ano também está previsto o lançamento de um portal para atrair novos investimentos privados. “Por meio dessa ferramenta, será possível, por exemplo, ver aonde os investidores podem colocar dinheiro, como investir, qual destino está mais bem preparado, qual local pode receber um grande investimento. Vai ser um mapa do Brasil onde o investidor vai encontrar todas as informações de forma sistematizada”, disse o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, do Ministério do Turismo, Willian França, durante lançamento do Plano.
Também serão divulgados em breve a primeira rota gastronômica do país e um documento com os destinos religiosos no Brasil. O turismo rural também vai ganhar destaque, com o lançamento de uma política rural. O Ministério do Turismo anunciou ainda que será repassado R$ 13,5 milhões para que os estados façam a promoção de seus atrativos.
Tendência do turismo
Para elaborar o plano, o Ministério traçou uma tendência do turismo após os impactos causados pelo coronavírus. Os resultados revelam que o turismo rodoviário vai ganhar força e o brasileiro vai preferir fazer viagens curtas e regionais, priorizando destinos de natureza, ecoturismo e aventura. Outra tendência é que o viajante vai estar mais exigente em relação aos protocolos de biossegurança.
Cursos de capacitação
Para qualificar melhor o setor de turismo, deverão ser ofertados cursos de biossegurança para profissionais, por meio do Programa Qualifica Mais Turismo. Parte desses cursos serão oferecidos por meio de vídeo aula. “O Brasil ainda tem muito a crescer, a melhorar na qualificação dos prestadores de serviço. Isso vale, desde o empreendedor, o guia de turismo, o garçom, até a camareira e a recepcionista”, disse o secretário.
Selo Turismo Responsável
O secretário também anunciou que em breve o Ministério vai lançar uma plataforma digital para que o turista possa consultar quais estabelecimentos do setor, como hotéis e restaurantes, possuem o Selo Turismo Responsável.
Este produto é oferecido pelo Governo Federal de forma gratuita e voluntária a estabelecimentos e prestadores de serviço turísticos que cumpram os protocolos sanitários validados pela Anvisa. É só acessar o site do Selo Turismo Responsável. (http://www.turismo.gov.br/seloresponsavel).
“Esse selo significa que o empreendimento tomou todas as medidas para evitar a disseminação, a contaminação do vírus, para que o turismo se sinta seguro para voltar a consumir. O Brasil foi o décimo a lançar a iniciativa e já temos hoje mais de 20 mil selos emitidos. E a nossa meta é alcançar 50 mil selos até o início do verão”, acrescentou o secretário.
Lei Aldir Blanc
Outra medida para impulsionar o setor no país, foi a destinação pelo Governo Federal de R$ 3 bilhões para apoiar o setor cultural, por meio da Lei Aldir Blanc, que oferece uma espécie de Auxílio Emergencial para atender aos trabalhadores culturais. Segundo o secretário, até o dia 26 de setembro, todas as 27 unidades da federação já terão recebido os recursos da Lei Aldir Blanc.
Segundo o secretário Willian França, o turismo tem sido um dos mais impactados pelo distanciamento social. “O turismo hoje vive uma crise sem precedentes, porque foi o primeiro setor a ser afetado e, pelos estudos que temos, será o último a se recuperar plenamente”, disse.
Entre março e abril deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor registrou uma queda de 68,1% no crescimento.
No ano passado, o turismo respondeu por 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todas as riquezas e bens produzidos no país. Foi responsável pela geração de 7 milhões de empregos diretos e indiretos. O índice de atividades turísticas no Brasil cresceu 2,6% e o setor registrou um crescimento de 2,2% no faturamento.