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Os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 650,489 milhões na B3 durante a sessão da segunda-feira (30), confirmando novembro como o mês mais positivo na história da série de dados mensais, que vem desde o ano de 1995, superando maio de 2006.
O montante líquido total de entrada ficou em R$ 33,323 bilhões, resultado de compras de R$ 352,555 bilhões e vendas de R$ 319,232 bilhões. No acumulado do ano de 2020 o número ainda é negativo, mas caiu de R$ 84,887 bilhões ao fim de outubro para R$ 51,563 bilhões agora.
Após fechar no campo negativo em 8 dos 11 meses de 2020 até agora, em decorrência da forte incerteza trazida pela pandemia do novo coronavírus à economia global, o Ibovespa teve dois meses consecutivos com entrada de recursos estrangeiros, primeiro com a retomada global, que começou na China, e intensificada em novembro por dois fatores: a eleição do democrata Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos e os enormes avanços nas pesquisas por uma vacina viável contra a covid-19.
Raphael Figueiredo, sócio e analista técnico da Eleven Financial ressalta que viemos de uma base muito fraca, com muito fluxo represado por conta das políticas adotadas por Donald Trump, principalmente a partir de 2018. “Esse retorno dos estrangeiros em novembro não aconteceu apenas no Brasil. O movimento se deu para uma cesta de mercados emergentes e está muito ligado à vitória de Biden e sua disposição de amenizar as relações com a China, o que deve liberar parte desse investimento represado”, aponta.
Nesta semana, o índice de gerentes de compras do setor industrial da China subiu de 53,6 em outubro para 54,9 em novembro, atingindo o maior nível desde novembro de 2010 e evidenciando que a manufatura da segunda maior economia do mundo continua se recuperando após o choque da pandemia nos primeiros meses do ano, segundo pesquisa divulgada pela IHS Markit em parceria com a Caixin Media.
Na visão de Figueiredo, a tendência de fluxo positivo deve entrar em dezembro, ao considerar que o rali de final de ano já está acontecendo. “Acredito que deve seguir até o início de 2021 a medida que o mercado for tomando conhecimento das políticas que serão adotadas pelo Biden”, afirma.
Alexandre Sabanai, sócio e gestor de portfólio da Perfin, considera pouco provável a continuidade desse movimento nos próximos meses. “O retorno foi considerável, mas não deve se sustentar. Ainda temos muitos fatores que podem pesar nessa conta”, avalia.
*Com informações de O Estadão