Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O dólar zerou a queda de mais cedo e fechou perto da estabilidade nesta terça-feira, em meio a alguma recuperação da moeda norte-americana no exterior e com ruídos fiscais domésticos dando argumentos para uma pausa depois de baixas recentes.
O dólar à vista teve variação positiva de 0,08%, a 5,129 reais na venda. Na mínima da sessão, tocada por volta de 13h, a divisa caiu 1,20%.
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,48%, para 5,1245 reais. Na véspera, o dólar futuro ainda sustentou recuo mesmo após notícias sobre flexibilização do teto de gastos. Com isso, o mercado futuro ajusta mais visivelmente para cima do que o à vista.
O dia de forma geral foi de sentimento pró-risco mais fraco, com foco dos investidores ao aumento de casos de Covid-19 em importantes economias do mundo e riscos associados a novas restrições econômicas, apesar do início da vacinação no Reino Unido.
O dólar subia 0,1% ante outras moedas, depois de recentemente tocar mínimas em mais de dois anos e meio.
Analistas comentaram ainda que o câmbio vinha de forte descompressão de risco e que um fluxo comprador voltou após a moeda caminhar para níveis em torno de 5,05 reais.
Incertezas sobre os efeitos da desvalorização do dólar sobre a operação de transferência de 325 bilhões de reais do resultado cambial do Banco Central do primeiro semestre ao Tesouro Nacional também entraram na pauta.
Isso porque haveria uma cotação do dólar (um pouco abaixo de 5 reais, segundo algumas estimativas) que levaria o BC a ter prejuízo na conta de swaps cambiais, situação que forçaria o Tesouro a devolver recursos hoje destinados a garantir um colchão de liquidez em tempos de maior dificuldade de captação. O dólar cai 10,97% desde 3 de novembro, data da eleição norte-americana.
Nesse contexto, vale lembrar que o BC tem ofertado diariamente um volume tal de swaps cambiais a ponto de, até o fim de dezembro, promover colocação líquida de moeda no mercado.
Para além desses temas, alguns analistas veem mais sentido numa pausa após o rali de ativos emergentes nas últimas semanas. Uma medida do Morgan Stanley mostra que o mercado já está “overweight” (com posição acima da média) em ativos da América Latina.
“As posições em real ainda parecem muito mais limpas de acordo com nossa métrica, mas outros indicadores, como contratos da B3, sugerem que o mercado já está muito vendido em dólar”, disseram analistas do banco em nota.
O banco reduziu o nível de “stop” em sua posição comprada em uma cesta de moedas da América Latina que inclui o real, peso mexicano e peso colombiano contra dólar e euro.
(REUTERS)