Economia

TCU: Pagamentos irregulares do Auxílio Emergencial somaram R$ 54,66 bilhões em 2020

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O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que 7,3 milhões de pessoas podem ter recebido o Auxílio Emergencial de forma irregular e que outras 6,4 milhões de mulheres podem ter sido contempladas com a cota em dobro sem merecê-la.

Os pagamentos indevidos foram calculados em R$ 54,66 bilhões – cerca de 18% dos R$ 293 bilhões efetivamente destinados ao programa no ano passado.

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O balanço final das fiscalizações sobre o auxílio emergencial foi divulgado nesta quarta-feira (24), pelo TCU.

Os técnicos chamaram a atenção para o fato de que o valor desembolsado indevidamente pela união seria suficiente para bancar três parcelas adicionais de R$ 300 a 60 milhões de brasileiros.

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Atualmente, está em discussão uma nova rodada do auxílio, com quatro parcelas de R$ 250 a até 40 milhões de brasileiros

O auxílio tinha como objetivo ajudar pessoas com renda familiar de até R$ 522,50 por pessoa (o equivalente a ¼ do salário mínimo em 2020), mas o TCU estima que 7,3 milhões de famílias estão fora desse critério de público-alvo. Os cálculos foram feitos a partir do cruzamento das informações do auxílio com a base de dados da Pnad Contínua de 2019, pesquisa do IBGE que traz os dados declarados pelas próprias famílias sobre emprego e rendimento.

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Há ainda estimativa de que 8 milhões de pessoas receberam o auxílio mesmo quando já excediam o limite de até dois membros da família contemplados.

Ao longo dos últimos meses, o TCU abasteceu o governo com cruzamentos de dados que viabilizaram o cancelamento tempestivo de alguns benefícios. Segundo o relatório, foram efetivamente detectados 3,7 milhões de benefícios irregulares, economizando R$ 8,8 bilhões.

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“As irregularidades abordam pessoas que tinham emprego formal, outro benefício federal ou descumpriam limites de renda e membros por família que podem receber. Também integravam a base de dados pessoas falecidas ou que moram fora do Brasil”, diz o TCU.

Em tese, esse contingente estaria dentro dos 7,3 milhões de pagamentos indevidos que foram estimados, mas os técnicos da corte de contas consideram que a própria previsão é conservadora, pois foi feito um ajuste nos dados considerando a queda abrupta na renda de trabalhadores formais. Se a renda caiu menos do que o estimado nesse ajuste, mais pessoas podem ter recebido indevidamente.

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A prova disso é que os dados de cancelamentos vão até agosto, quando o auxílio emergencial tinha 64,9 milhões de beneficiários. Em dezembro, o auxílio emergencial residual tinha 56,8 milhões de beneficiários. Ou seja, saíram pelo menos 8 milhões entre setembro e dezembro.

Para ajudar a resolver o problema dos pagamentos indevidos, o TCU fez determinações e recomendações para atacar as causas, em especial a insuficiência das bases de dados, as falhas das regras de elegibilidade, a autodeclaração de informações de renda e composição familiar e, ainda, a não verificação periódica dos requisitos legais.

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O TCU ainda determinou que o Ministério da Cidadania verifique, mensalmente, se os beneficiários continuam sem emprego formal ou sem receber algum outro benefício federal.

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