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As condições para a retomada da economia estão melhores neste ano em relação às crises de 2009 e de 2015/2016, informou nesta segunda-feira (15) a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
De acordo com a nota técnica divulgada pelo órgão, a recuperação poderá ser mais rápida, mesmo com o recrudescimento da pandemia de covid-19 neste ano.
Segundo a SPE, as medidas adotadas no ano passado estão contribuindo para a retomada da economia neste ano. A nota técnica citou o auxílio emergencial, o programa de redução de jornada e de suspensão de contratos de trabalho e as medidas de estímulo ao crédito. Para o órgão, essas ações, por um lado, aumentaram a poupança interna e, por outro lado, mantiveram irrigado o crédito e amenizaram o impacto da crise sobre o emprego formal.
Para assegurar que a recuperação em 2021 seja mais rápida do que em crises econômicas anteriores, a SPE propôs as seguintes medidas: vacinação em massa, consolidação fiscal e reformas pró-mercado. Segundo o órgão, a imunização ajudará o retorno mais rápido do mercado de trabalho, a consolidação fiscal diminuirá a desconfiança sobre o país e controlará a inflação, e as reformas dinamizarão o crescimento de longo prazo da economia brasileira.
Na avaliação da SPE, a crise atual pode ser mais facilmente superada que as crises anteriores. Do lado do crédito, o crescimento no volume de empréstimos permitiu a preservação de empresas. O aumento da taxa de poupança no ano passado permitiu que o setor privado tenha mais recursos para investir e reativar o consumo. Como o auxílio emergencial era depositado em contas poupança digitais, o pagamento do benefício ajudou a elevar a taxa média de poupança da população em 2020.
O relatório, no entanto, apontou riscos e fez advertência. O aumento no volume de crédito que, por um lado, manteve empresas em funcionamento, por outro elevou o endividamento das famílias. Segundo a nota técnica, isso representa um risco, principalmente se houver aumento dos juros. A SPE recomenda a contenção dos gastos públicos para manter os juros no menor nível possível.
Na quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária do Banco Central deverá aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) pela primeira vez em seis anos. Segundo o boletim Focus, pesquisa com agentes de mercado feita pelo Banco Central, a taxa deve subir de 2% para 2,5% ao ano na reunião desta semana.
*Por Gazeta Brasil, com informações de Agência Brasil