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Retomada investimento 2020 2008
Em nota publicada nesta segunda-feira (05), o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, afirmou que a recuperação do investimento no Brasil foi mais rápida em 2020, após a crise gerada pela pandemia, do que na retomada de 2008 e 2009.
A conclusão é baseada nos resultados do PIB do 4º trimestre do ano passado, que mostram que a chamada formação bruta de capital fixo (FBCF) superou o nível do mesmo período de 2019. Assim, a recuperação teria sido antecipada em um trimestre na comparação com a retomada a partir da recessão de 2008 e 2009.
A equipe econômica de Paulo Guedes destaca que o cenário se consolida com menor participação de bancos públicos:
“Cabe salientar que a melhora ocorre a despeito da menor contribuição do crédito do setor público, inclusive do BNDES. Observa-se forte elevação do crédito em 2020, cuja principal fonte são os bancos privados. Outras fontes, como emissão de dívida interna e externa e o mercado acionário, foram importantes para o financiamento às empresas”, diz trecho da conclusão do informe.
Divulgada pelo IBGE, a série da FBCF é formada por indicadores como a produção de bens de capital e os insumos típicos da construção civil.
Por incorporar, ao menos parcialmente, o resultado das exportações líquidas das plataformas de petróleo, dados trimestrais da série podem sofrer distorções em razão da importação de plataformas em 2020.
A nota informativa afirma que, mesmo excluindo do cálculo o comércio internacional de plataformas, o investimento em 2020 supera o nível anterior à pandemia da Covid-19: “Cabe destacar que a quantidade de trimestres necessários para superar o patamar anterior do 4T19 é igual nas duas séries”.
De acordo com o documento, “o esforço de desregulamentação e de inovações no mercado financeiro, com melhor suporte de garantias, possibilitou que os bancos privados pudessem alavancar a retomada”.
“Apesar de a recessão de 2020 ter sido uma das piores em 120 anos, a rápida recuperação do investimento no Brasil se relaciona com a taxa de juros em patamares baixos, melhorias estruturais no mercado de crédito e a expectativa de um ambiente econômico mais estável, fruto do processo de consolidação fiscal”, diz o texto.
A nota afirma ainda que o investimento retorna “em bases sustentáveis”, em ambiente “de consolidação fiscal e de baixos juros reais”, como resultado “da agenda de consolidação fiscal e reformas pró-mercado, mostrando que este deve ser o caminho a trilhar”.
O documento faz a ressalva, por outro lado, de que uma piora do cenário fiscal tem potencial para desancorar as expectativas de inflação e deteriorar a trajetória inflacionária, “elevando o risco país e a taxa de juros de longo prazo”.