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RFI – Os ministros das Finanças e os chefes dos Bancos Centrais dos membros do G20 se comprometeram nesta quarta-feira (7) a ajudar as nações mais pobres do planeta, atingidas pela pandemia do coronavírus. Uma das medidas anunciadas foi a suspensão da dívida externa dos países desfavorecidos até o final de 2021.
Reunido virtualmente sob a coordenação da Itália, o G20 das Finanças decidiu “prorrogar a suspensão do pagamento da dívida dos países mais pobres até ao final de 2021”, conforme anunciado pelo ministro italiano da Economia, Daniele Franco. Em outubro de 2020 a moratória dos países pobres já havia sido estendida até 30 de junho de 2021. Mas o representante de Roma deixou claro que agora trata-se da “última” extensão.
O G20 também apoiou o uso de uma nova emissão de direitos especiais de saque (SDRs), uma proposta apresentada no final de março pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. O projeto consiste em uma alocação de SDR no valor equivalente a US$ 650 bilhões, que daria munição suplementar à instituição para ajudar os países a se recuperarem da crise provocada pela pandemia, “proporcionando liquidez adicional ao sistema econômico”, segundo Georgieva.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, saudou a proposta, mas pediu “maior transparência” dos participantes. “Convido todos os países do G20 a publicarem os termos de seus contratos de financiamento e exorto-os a apoiar nossos esforços como Banco Mundial para que os dados de credores e devedores correspondam”, disse ele.
Na véspera, Malpass reconheceu que os países pobres precisarão de um alívio real da dívida a longo prazo, uma vez que, mesmo com a moratória temporária, o peso da dívida em muitos casos é insustentável.
Na segunda-feira (5), o FMI também anunciou uma terceira rodada de alívio do serviço da dívida para 28 dos países mais pobres do mundo, no valor de US$ 238 milhões. A grande maioria das nações beneficiárias é da África, embora Haiti, Afeganistão, Ilhas Salomão, Nepal, Tajiquistão e Iêmen também estejam incluídos na lista.
Sobre a proposta apresentada também nesta quarta-feira pela secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, de introduzir um imposto mínimo global sobre a renda das empresas, o G20 limitou-se a declarar que está empenhado em encontrar “uma solução global e de consenso” antes de meados de 2021.