Economia

Acordo Mercosul-Coreia do Sul permitirá ganhos de R$ 66,6 bilhões ao PIB do Brasil

(Foto: Divulgação)

Ipea – Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta ganho de R$ 66,6 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que representa aumento de 0,49% do PIB, e elevação de 1,16% dos investimentos externos no país, com a implementação de um tratado de livre comércio entre Mercosul e Coreia do Sul, em um período aproximado de vinte anos.

Segundo dados da pesquisa, apresentados nesta sexta-feira (6/8) em webinar internacional promovido pelo Ipea, com a redução de barreiras tarifárias entre Coreia do Sul e os países membros do bloco – formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – as exportações totais brasileiras deverão ter um incremento de 2,05% pelo aumento da demanda do mercado consumidor na Coréia do Sul. A projeção prevê ganhos em setores específicos, como a indústria de cereais, sementes oleaginosas, calçados, couro, vestuário e produtos têxteis, sendo que deverão beneficiar, especialmente, o setor agropecuário brasileiro.

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A abertura oficial do webinar foi realizada pelo diretor Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte/Ipea), Ivan Oliveira, que destacou o impacto positivo para a balança comercial brasileira com a aproximação comercial entre Brasil e Coreia do Sul. Na avaliação dele, o protagonismo do parceiro econômico em setores como a economia digital oferece oportunidades promissoras para o fortalecimento economia brasileira. “A Coreia do Sul tem grande relevância no cenário global, especialmente no setor de inovação e tecnologia. A integração econômica fortalece ambos os lados com o desenvolvimento de novas cadeias produtivas”, observou.

O evento também contou com a participação do secretário de Comércio Exterior no Ministério da Economia (ME), Lucas Ferraz, qua avaliou que a aproximação comercial com as economias dos países asiáticos, como a Coreia do Sul, está na agenda de prioridades do governo brasileiro. “A cooperação comercial entre Brasil e Coreia do Sul aumenta a competitividade e produtividade, permitindo o crescimento econômico sustentável para ambas as economias. Estamos com as negociações avançadas e deveremos ter novas reuniões ainda neste mês de agosto para avançar nesta agenda”, informou.

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Na avaliação do embaixador da República da Coreia no Brasil, Ki-mo LIM, o acordo de cooperação com o Mercosul e uma maior aproximação comercial com o Brasil representam uma parceria estratégica na agenda de comércio exterior do país. “Temos interesses comerciais em comum e potenciais a serem explorados para o fortalecimento da cadeia produtiva global. A cooperação econômica com o Brasil e Mercosul está na agenda de prioridades para avançamos na nossa política de integração comercial”, comentou.

Os dados do estudo apresentados destacam, entretanto, eventuais perdas de mercado para a indústria brasileira como resposta a eventuais reduções das barreiras tarifárias e políticas protecionistas à Coreia do Sul. As perdas estariam concentradas em três setores específicos: equipamentos eletrônicos, veículos e produtos têxteis – setores que têm impulsionado a atividade econômica do país na agenda de comércio exterior.

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Liderança Brasileira

Os participantes do webinar também destacaram ao longo dos debates a recente mudança na presidência do Mercosul. O Brasil passou a ocupar, em julho de 2021, a presidência do bloco econômico. Na avaliação do pesquisador do Ipea Fernando Ribeiro, autor do estudo apresentado durante o webinar, o país pode desempenhar papel de liderança na agenda de negociações. “O Brasil terá papel de liderança no debate sobre novos acordos de cooperação comercial dentro do bloco. É um importante momento para buscar novas parcerias que permitam o fortalecimento do Mercosul e da economia nacional”, considerou.

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O evento contou com a participação, Joanisval Gonçalves, secretário especial adjunto de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil. Ele reiterou que o governo brasileiro considera estratégica a aproximação com a Coreia do Sul na atual política de comércio exterior do país. “Sabemos da importância e potencial do mercado produtivo da Coreia do Sul. Temos elaborado diversos estudos, com o apoio do Ipea, para obtermos indicadores que confirmam os benefícios para ambas as economias e que permitam avançar nas negociações”, afirmou.

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