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A Petrobras reajustou em 18,6% o preço do querosene de aviação vendido para as distribuidoras. O aumento foi bem maior do que o esperado pelo mercado financeiro, de 17%.
O aumento é uma consequência direta da volatilidade do preço do barril petróleo causado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A alta do combustível foi o principal fator que levou as companhias aéreas a anunciarem o aumento das passagens aéreas.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, o cenário do setor aéreo é de instabilidade para os próximos 120 dias.
Segundo dados da própria Petrobras, a média por litro do combustível saiu de R$ 3,96, cotado em 23 de março, e foi reajustada para R$ 4,69 nesta sexta-feira (1º). Esse valor não leva em consideração os tributos sobre o combustível e nem a margem cobrada durante a distribuição.
A Abear afirma que o combustível aumentou em 76,2% em 2021, superando o aumento do diesel (56%) e da gasolina (42,4%) no mesmo período.
O combustível hoje está em torno de 40% do custo das companhias aéreas. Historicamente, esse valor girou entre 27% a 30%.
Segundo Sanovicz, em algumas situações, o custo do combustível chega a 50% dos gastos da companhia.
O setor aéreo, principalmente o doméstico, vinha de uma retomada, mas teve a demanda impactada em janeiro pela variante ômicron da Covid-19 e, desde o final de fevereiro, com a instabilidade do principal insumo para fabricação do combustível dos aviões.
Como a política de preços da Petrobras é equiparada ao valor do petróleo no exterior, a instabilidade dessa matéria-prima provoca um aumento direto dos combustíveis no Brasil.