Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Na manhã desta quinta-feira (23), a Secretaria da Receita Federal informou que a arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas atingiu R$ 165,3 bilhões em maio.
O resultado representa aumento de 4,1% na comparação com maio do ano passado, quando a arrecadação foi de R$ 158,8 bilhões (valor corrigido pela inflação). O resultado também representa recorde para o mês de maio desde 1995, quando começou a série histórica da Receita. Com isso, atingiu o maior valor em 28 anos.
De acordo com a Receita, a arrecadação recorde no mês passado aconteceu apesar da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25%, autorizada no fim de fevereiro, e do corte de tributos sobre combustíveis.
Segundo dados oficiais, o Imposto de Renda sobre ganhos de capital teve alta de 59,5% em maio, chegando a R$ 5,8 bilhões, principalmente em razão de ganhos nas operações com renda fixa (que se beneficiam da alta do juro básico da economia, no maior patamar em cinco anos).
Já a arrecadação do PIS/Cofins teve alta real de 5,8% em maio, chegando a R$ 32,3 bilhões, em razão do aumento no volume de vendas e de serviços, e também devido ao “bom desempenho da arrecadação do setor de combustíveis e do comércio varejista” — que registraram alta de preços.
No acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, ainda segundo os dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 908,6 bilhões.
Em valores corrigidos pela inflação, totalizou R$ 926,7 bilhões, o que representa alta real de 9,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 844,4 bilhões).
Os números da Receita mostram que essa também foi a maior arrecadação, para o período de janeiro a abril de um ano, desde o início da série histórica, em 1995.
De acordo com o Leão, os números também mostram que o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), tributos sobre faturamento e lucro das empresas, tiveram aumento real de 19,4% em maio, para R$ 222,7 bilhões.
“Destaca-se crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Além disso, houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 20 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a maio deste ano, e de 16 bilhões, no mesmo período de 2021”, informou.
A boa arrecadação do governo ajuda as contas públicas. Neste ano, a meta fiscal definida pelo governo para este ano é de déficit de até R$ 170,5 bilhões. O déficit primário indica quanto o governo pode gastar acima da arrecadação do ano, sem contar as despesas com a dívida pública.
Entretanto, a última estimativa do Ministério da Economia, divulgada em março, é de que o déficit primário será menor: de R$ 66,9 bilhões em 2022.
Se confirmado o déficit, 2022 será o nono ano consecutivo com rombo nas contas do governo, que vêm registrando resultados negativos.
Em 2021, o resultado negativo foi de R$ 35,073 bilhões.