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Os gastos de brasileiros no exterior continuaram se recuperando e atingiram, em março deste ano, o valor de US$ 1,1 bilhão. Os números foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (25).
Os dados das contas externas de março estão sendo divulgadas com atraso por conta da greve dos servidores da instituição, que durou três meses. Foi encerrada somente no início de julho.
Se trata da 1ª vez que as despesas lá fora atingem a marca de US$ 1 bilhão desde decretação da pandemia de Covid-19 pela OMS, em março de 2020. Esse também foi o maior patamar desde janeiro de 2020 (US$ 1,44 bilhão).
No meses seguintes ao início da pandemia, o dólar disparou, em razão do aumento de mortes e redução do comércio mundial, e os voos foram suspensos.
As fronteiras internacionais começaram a ser reabertas mais para o fim de 2021, como no caso dos EUA.
Apesar da recuperação, os gastos de brasileiros no exterior ainda não atingiram um patamar mais expressivo, acima da marca de US$ 1 bilhão, que tradicionalmente era visto antes da pandemia.
Antes da Covid, as despesas geralmente ficavam acima de US$ 1,3 bilhão, podendo superar US$ 2 bilhões em meses de alta temporada.
No acumulado dos 3 primeiros meses deste ano, os gastos no exterior somaram US$ 2,6 bilhões, contra US$ 860 milhões no mesmo período do ano passado.
Além da pandemia, as despesas de brasileiros lá fora também são influenciadas por outros fatores, como o nível de atividade e o preço do dólar, usado nas transações internacionais. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Quando o PIB não tem bom desempenho, há menos renda para viagens, quer seja no Brasil ou fora do país. Após crescer 4,6% no ano passado, a expectativa do mercado financeiro é uma expansão menor, de 1,93%, em 2022.
O aumento de gastos no exterior aconteceu em um momento de melhora na cotação do dólar. Após dar uma trégua nos últimos meses, o dólar voltou a subir mais recentemente, quando chegou perto de R$ 5,46.
Na semana passada, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,72% e de 5,06% em julho. No ano, porém, ainda tem desvalorização de 1,38%.